Os nova-iorquinos comparecem às urnas nesta terça-feira (4) para a eleição da prefeitura da maior cidade dos Estados Unidos. O pleito é marcado pela ascensão vertiginosa do legislador local e socialista muçulmano Zohran Mamdani, de 34 anos, que se apresenta como favorito e pode antecipar uma nova frente de oposição democrata contra o presidente Donald Trump.
Nascido em Uganda, de origem indiana e naturalizado americano, Mamdani se autodescreve como socialista. Ele fez campanha com a promessa de reduzir os custos de vida para os cidadãos comuns da "Big Apple". A última pesquisa AtlasIntel aponta Mamdani na liderança com 41% das intenções de voto.
Candidatos e o cenário político
A disputa conta com adversários de peso. Em segundo lugar, está o ex-governador estadual Andrew Cuomo, que concorre como independente após perder as primárias democratas para Mamdani. Cuomo, que enfrentou acusações de agressão sexual, aparece com 34% na pesquisa. Ele recebeu o apoio do atual prefeito, Eric Adams, que desistiu da reeleição após uma série de escândalos de corrupção.
O candidato republicano Curtis Sliwa, fundador do grupo de vigilância anticrime "Guardian Angels", registra 24%. Esse índice pode influenciar o resultado caso parte de seus apoiadores opte pelo voto útil em Cuomo.
Os locais de votação abriram às 6h00 locais (8h00 de Brasília) e devem fechar às 21h00 (23h00 de Brasília). A votação antecipada, encerrada no domingo, registrou um recorde, com mais de 735.000 votos apresentados.
Confronto com Trump e a "Nova York diversa"
Se eleito, Mamdani se tornará o primeiro prefeito muçulmano da vibrante e diversificada Nova York. Sua figura tem sido alvo de ataques diretos do presidente Donald Trump, que o chama de "comunista" e ameaça bloquear recursos federais para a cidade em caso de sua vitória. Mamdani, que discursou em árabe para seus apoiadores recentemente, irritou os republicanos de extrema direita.
Analistas de política, como Grant Reeher, professor da Universidade de Syracuse, veem a vitória de Mamdani como a instauração de um "confronto" direto com o presidente. "Trump tratará a cidade de Nova York de maneira mais agressiva," disse Reeher. "Haverá algum tipo de confronto político."
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Eleições estaduais paralelas
Além da disputa em Nova York, os estados da Virgínia e de Nova Jersey também celebram eleições para definir seus governadores nesta terça-feira. Estes pleitos são considerados indicadores ainda mais críticos do estado de ânimo político nos Estados Unidos, apenas 10 meses após o início do segundo mandato de Donald Trump.
Uma vitória democrata em ambos os estados seria interpretada como um sinal de ressurgimento da oposição, antes das eleições de meio de mandato do próximo ano, que determinarão qual partido terá maioria no Congresso.