OEA convoca reunião de urgência para discutir asilo de Assange

OEA convoca reunião de urgência para discutir asilo de Assange

Entidade vai analisar situação diplomática entre Equador e Reino Unido

AFP

Manifestantes pró-Assange se reuniram com cartazes em frente a embaixada do Equador em Londres

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A OEA (Organização dos Estados Americanos) convocou para esta quinta-feira uma reunião de urgência para abordar a situação entre o Equador e o Reino Unido, depois de Quito ter concedido asilo diplomático a Julian Assange, 41 anos, refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho para evitar sua extradição à Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais. A reunião extraordinária na sede da OEA em Washington foi anunciada através de um comunicado oficial.

O Equador considerou que o fundador do Wikileaks corria risco de vida após ter divulgado centenas de milhares de documentos secretos dos Estados Unidos e por isso concedeu asilo a ele. O chanceler do Reino Unido, William Hague, chegou a afirmar que o governo não permitirá a saída de Assange da Inglaterra, pois "não há base legal" para isso. Ele ainda descartou qualquer associação do processo de delitos sexuais que corre na Suécia com os vazamentos feitos pelo WikiLeaks ou com o desejo dos Estados Unidos de julgá-lo.

Porém, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, atual advogado de defesa de Assange, assegurou que irá à Corte Internacional de Justiça se a Grã-Bretanha não deixar seu cliente sair do país. "O que o Reino Unido tem que fazer é aplicar as obrigações diplomáticas da Convenção do Refugiado e deixá-lo sair", declarou ao jornal El País.

Assange agradeceu "ao povo equatoriano, seu presidente Rafael Correa e seu governo" e lembrou de Bradley Manning, militar americano acusado de ser fonte do Wikileaks, detido a mais de 800 dias sem ter sido julgado. O receio dele é de que uma eventual deportação para a Suécia abra portas para uma nova deportação, desta vez para os Estados Unidos, onde responderia por acusações de espionagem, referentes às revelações de milhares de telegramas diplomáticos e documentos de Washington sobre as guerras do Iraque e Afeganistão.

Reforço policial

A polícia londrina reforçou a presença de agentes ao redor da embaixada do Equador, no bairro de Kensington, mas a rua não foi interditada. Alguns manifestantes pró-Assange passaram a noite diante do local, após alerta do governo equatoriano de que a embaixada estava sob ameaça de invasão. O WikiLeaks condenou a ameaça britânica de invadir a embaixada equatoriana e chamou a eventual ação de "hostil e extrema".

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