OMS alerta para novo aumento de casos de Covid-19 na Europa

OMS alerta para novo aumento de casos de Covid-19 na Europa

Entidade avisou sobre possibilidade de segunda onda no continente

AE

Países como a Itália registram volta das atividades ao ar livre, mas convivem com incerteza sobre segunda onda

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ontem que o número de contágios pelo novo coronavírus voltou a subir na Europa, após flexibilização progressiva das regras de isolamento, adotada pela maioria dos países europeus. A agência alertou para a possibilidade de uma segunda onda da covid-19 e o impacto que ela teria nos sistemas de saúde.

Na semana passada, a Europa registrou um aumento no número de casos semanais pela primeira vez em vários meses. "Em 11 países, a aceleração da transmissão registrou um aumento significativo (das infecções) que, se não for controlado, deixará novamente os sistemas de saúde na Europa à beira do abismo", afirmou o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge.

De acordo com a OMS, a Europa tem registrado todos os dias quase 20 mil novos casos de covid-19 e 700 mortes. Kluge elogiou a reação rápida de países como Espanha, Polônia e Alemanha ante o aumento de novos casos nas últimas semanas. "Quando apareceram novos casos, eles foram controlados graças a uma intervenção rápida e muito bem dirigida", disse o diretor.

Na terça-feira, a Alemanha determinou o retorno do confinamento de uma região onde vivem 600 mil pessoas após o surgimento de um foco de infecções no maior matadouro da Europa. No país, estão sendo relatados até 750 novos casos diários. Mais de 92 mil pessoas contraíram o coronavírus na Alemanha e 8.927 pessoas morreram.

Ontem, na Espanha, passou a vigorar um conjunto de regras para a prevenção da covid-19, após surtos localizados em regiões distantes umas das outras, como as províncias de Málaga (sul), Huesca e Lérida (nordeste) e Valladolid (centro-norte). Entre as medidas estão o uso obrigatório de máscaras em todos os locais públicos, sejam fechados ou abertos, e o reforço da atenção primária à saúde.

O ministro espanhol da Saúde, Salvador Illa, disse que o vírus "ainda está presente e pode atacar novamente". Ele apelou à responsabilidade das pessoas para evitar o contágio, ao pedir para que todos mantenham distância de 1,5 metro quando estiverem em locais públicos.

Na França, o ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou que a população de regiões consideradas de alto risco de infecção será submetida a testes sistemáticos e voluntários. Ele disse ao jornal Le Monde que a fase experimental de rastreio terá início na região metropolitana de Paris. Pelo menos 1,3 milhão de pessoas, em 30 cidades francesas, serão examinadas.

Entre os países que preocupam a OMS está a Suécia - que não adotou regras rígidas de distanciamento social. Na quarta-feira, o governo sueco registrou mais de 1,6 mil novos casos em 24 horas - na Europa, só a Rússia teve mais infectados em um único dia. Ontem, pela primeira vez, Anders Tegnell, epidemiologista responsável pela estratégia sueca, fez uma concessão: em entrevista ao jornal Dagens Industri, ele admitiu recomendar o uso de máscaras para evitar a disseminação da doença. (Com agências internacionais)


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