OMS alerta que pandemia está em "ponto crítico", principalmente na Ásia

OMS alerta que pandemia está em "ponto crítico", principalmente na Ásia

Mais de 2,9 milhões de pessoas morreram no planeta vítimas da Covid-19, segundo um balanço da AFP

AFP

A OMS alertou que a pandemia está "crescendo exponencialmente"

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A pandemia de Covid-19 entrou em uma fase "crítica" com o aumento dos casos apesar das restrições e das campanhas de vacinação, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira, com recordes no sul da Ásia, onde se intensificam as medidas para conter o vírus. 

Por outro lado, os ingleses retornaram aos espaços abertos dos pubs e aos salões de beleza, depois de passar o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil) em confinamento pela pandemia que, do outro lado do mundo, afeta com força a Índia, que nesta segunda-feira se tornou o segundo país com mais contágios ao superar o Brasil.

O contraste mostra o panorama variável da pandemia, com países como o Reino Unido, com a campanha de vacinação muito avançada, e outros onde a imunização mal teve início. Mais de 2,9 milhões de pessoas morreram no planeta vítimas da Covid-19, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

A OMS alertou nesta segunda-feira que a pandemia está em um "ponto crítico (...), crescendo exponencialmente", mas que poderia ser controlada "em alguns meses" se as medidas adequadas forem tomadas.

A Índia (1,3 bilhão de habitantes) registrou um rápido aumento de infecções nas últimas semanas e o número de casos alcançou 13,5 milhões, acima dos 13,48 milhões do Brasil. "Todo o país foi complacente: permitimos concentrações sociais, religiosas e políticas", declarou à AFP Rajib Dasgupta, professor de Saúde da Universidade Jawaharlal Nehru. "Ninguém faz fila para o distanciamento social", afirmou.

Em Bangladesh, a situação também é preocupante. A partir de quarta-feira e durante oito dias os prédios públicos permanecerão fechados, com a paralisação do transporte internacional e doméstico, depois que as infecções por Covid-19 multiplicaram por sete em um mês.

Os estabelecimentos comerciais permanecerão fechados, com exceção do setor de alimentação. "Não há outra alternativa para frear a onda de covid-19", disse Farhad Hossain, ministro adjunto da Administração Pública, antes do anúncio da medida. Bangladesh, com 160 milhões de habitantes, tem o balanço de 685.000 contágios e quase 10.000 mortes.

Esperança

Em outras partes do mundo há motivos para esperança. A partir desta segunda-feira, os ingleses podem comparecer às áreas abertas dos pubs e restaurantes, uma medida bem recebida pelo setor, apesar do frio. "Tenho certeza que será um grande alívio para os donos de negócios que ficaram fechados durante tanto tempo, e para todos os demais é a oportunidade de voltar a fazer algumas coisas que apreciávamos e que perdemos", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O Reino Unido, que adotou o terceiro confinamento no início de janeiro (e algumas regiões como Londres desde meados de dezembro), registra uma situação de saúde muito melhor. Atualmente tem menos de 3.000 casos e menos de 50 mortes por dia. Os pacientes internados em hospitais não chegam a 3.000, contra quase 40.000 no pior momento de janeiro.

Quase 60% da população já recebeu a primeira dose da vacina e as autoridades preveem que todos os adultos devem receber uma dose até o fim de julho.

A meta está mantida, apesar das preocupações com os possíveis riscos de trombose vinculados à vacina da AstraZeneca, que ficará reservada às pessoas com mais de 30 anos por precaução. Esta semana também se espera um alívio nas restrições na Itália, Irlanda e Eslovênia.

Na Grécia, as escolas do ensino médio de todo o país reabriram nesta segunda-feira, após mais de cinco meses de fechamento. Estudantes e professores devem passar por dois testes de Covid-19 por semana, segundo a ministra da Educação. Na França, que enfrenta a terceira onda, a vacinação será ampliada a todas as pessoas a partir de 55 anos. O grupo receberá a vacina da AstraZeneca ou a da Johnson & Johnson.

No Brasil, que registra mais 353.000 mortes, a maioria das pessoas internadas nas UTIs tem menos de 40 anos, revelou um estudo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

Ramadã

Milhões de fiéis muçulmanos iniciam esta semana o jejum sagrado do Ramadã, um dos cinco pilares do islã. Durante este mês devem abster-se de comer e beber do amanhecer ao entardecer. Neste período acontecem reuniões e os fiéis comparecem às mesquitas, mas tes ano as autoridades adotaram restrições e pediram que as pessoas rezem em casa. Na Arábia Saudita, apenas as pessoas vacinadas contra a covid-19 poderão participar na umrah, a pequena peregrinação à Meca, a partir do começo do Ramadã.


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