ONG denuncia que apenas nove de 33 obras da Odebrecht foram concluídas na Venezuela
Parlamento do país autorizou abertura de processo contra Maduro por envolvimento no caso
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A organização afirma que 20 contratos com a empresa superam 29,974 bilhões de dólares. Com base nas confissões de executivos da Odebrecht, a ONG indica que, excluído o Brasil, "a Venezuela é o país onde a empresa pagou a maior quantia de subornos para obter contratos". Embora funcionários da Odebrecht tenham afirmado em um tribunal de Nova York que a empresa pagou 98 milhões de dólares a funcionários do governo venezuelano para obter os contratos, a ONG calcula que os subornos seriam superiors a 1,3 bilhão de dólares.
"Todos os governos da região envolvidos nesta trama foram impactados por este fato. Este não é o caso da Venezuela, que engavetou as investigações que começaram em 2017", afirma a Transparência Internacional.
O escândalo da Odebrecht provocou a renúncia em março do presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski e também afetou seus antecessores, Ollanta Humala e Alejandro Toledo. O caso provocou ainda a destituição e condenação do vice-presidente equatoriano Jorge Glas. No Brasil, o escândalo provocou as prisões de vários executivos, incluindo o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e de vários políticos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Parlamento venezuelano, controlado pela oposição, autorizou em 18 de abril um processo contra o presidente Nicolás Maduro - que aspira a reeleição na votação antecipada de 20 de maio - por suspeita de corrupção no caso Odebrecht. A decisão foi simbólica porque os atos do Legislativo são considerados nulos pela principal corte de justiça do país, acusada pela oposição de servir aos interesses do governo.