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ONU pede que acordo de paz na Ucrânia respeite a "integridade territorial"

Declaração foi divulgada no momento em que os EUA aumentam a pressão sobre Kiev

Guterres defende “necessidade urgente de uma paz justa, sustentável e integral”
Guterres defende “necessidade urgente de uma paz justa, sustentável e integral” Foto : ED JONES / AFP / CP

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu neste domingo, 23, um acordo de paz na Ucrânia que respeite a "integridade territorial" do país, na véspera de uma votação crucial nas Nações Unidas de um texto americano que não menciona o tema.

"Reafirmo a necessidade urgente de uma paz justa, sustentável e integral, que defenda plenamente a soberania, a independência e a integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente", afirmou Guterres em um comunicado divulgado antes da votação do Conselho de Segurança.

"Na segunda-feira, 24 de fevereiro, completam-se três anos desde que a Federação Russa iniciou sua invasão em larga escala da Ucrânia, em clara violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional", lembrou.

"Oitenta anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a guerra na Ucrânia representa uma grave ameaça não apenas para a paz e a segurança na Europa, mas também para os princípios básicos e fundamentais das Nações Unidas", insistiu, antes de saudar "todos os esforços" para alcançar uma paz "justa e inclusiva".

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A declaração foi divulgada no momento em que os Estados Unidos, que aumentam a pressão sobre Kiev, desejam que a Assembleia Geral da ONU e o Conselho de Segurança votem na segunda-feira um breve texto que pede um "fim rápido" do conflito, sem mencionar a integridade territorial do país.

A Ucrânia e os europeus, por sua vez, planejam apresentar à Assembleia um texto que exija mais uma vez a retirada imediata e incondicional das tropas russas da Ucrânia e o fim dos ataques de Moscou contra o país.

O apelo é semelhante às resoluções anteriores da Assembleia adotadas desde 2022 por uma esmagadora maioria dos Estados-membros, com o apoio dos Estados Unidos, então presididos por Joe Biden.