Oposição acusa Correa por revolta policial no Equador

Oposição acusa Correa por revolta policial no Equador

Medidas do presidente teriam sido estopim para crise da semana passada

AFP

Oposição acusa Correa por revolta policial no Equador

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A oposição equatoriana responsabilizou o presidente Rafael Correa pela revolta policial da quinta-feira passada, no momento em que o governo denuncia o "silêncio cúmplice" dos opositores.

O líder opositor Gilmar Gutiérrez, que segundo Correa é um dos cabeças da tentativa de golpe, criticou o presidente: "O responsável pelo massacre se chama Rafael Correa". Gutiérrez, irmão do ex-presidente Lucio Gutiérrez, também acusado de incentivar os golpistas, se referia aos dez mortos e 274 feridos na rebelião da semana passada.

Gilmar Gutiérrez afirmou que o que ocorreu na quinta-feira passada foi uma greve policial que degenerou em conflito porque Correa decidiu "desafiar" os agentes que protestavam ao discursar em um quartel de Quito. A greve foi provocada pela lei que reduziu benefícios salariais de policiais e militares.

Outro líder da oposição, César Montúfar, estimou que a lei que reduziu salários foi o estopim da crise. "Não creio que houve golpe de Estado ou sequestro do presidente. Há suficiente evidência de que ninguém decidiu tomar o poder e que enquanto esteve no Hospital da Polícia, Correa pôde atuar, conversar, dar ordens e decretar o estado de emergência", lembrou.

A ministra da Política, Doris Solís, denunciou nesta segunda-feira que a oposição manteve um "silêncio cúmplice" durante a tentativa de golpe de Estado: "Não se pronunciaram e mantiveram na Assembleia (Legislativa) com posições ambíguas". Ela disse que os partidos Sociedade Patriótica (SP), dos irmãos Gutiérrez, e Movimento Popular Democrático (extrema esquerda) participaram ativamente da revolta. Solís citou imagens que mostram integrantes do SP dirigindo os atos de insurreição e a tomada do canal de TV estatal durante a revolta.

O ministro da Segurança, Miguel Carvajal, informou que a situação está se normalizando e que os policiais trabalham em todo o país. Nesta segunda-feira, o governo iniciou a reestruturação da polícia, que tem 42 mil homens, e alguns oficiais foram transferidos para tarefas administrativas, ficando sob vigilância.

Também nesta segunda-feira entrou em vigor a lei que elimina benefícios por tempo de serviço, condecorações e outros elementos entre policiais e militares.

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