Oposição protesta com panelas vazias para denunciar escassez na Venezuela

Oposição protesta com panelas vazias para denunciar escassez na Venezuela

Manifestantes culpam o presidente Nicolás Maduro pela grave crise econômica no país

AFP

Manifestantes culpam o presidente Nicolás Maduro pela grave crise econômica no país

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A oposição venezuelana marcha neste sábado até um setor humilde do Oeste de Caracas, com panelas vazias que simbolizam a escassez de alimentos e denunciam a fome no país.

"Hoje lutamos para que não haja mais nenhum morto por desnutrição e que não falte um prato de comida para ninguém", escreveu no Twitter o deputado José Manuel Olivares. "Enquanto mais pessoas estejam nas ruas, será impossível que o governo cumpra seu objetivo de acabar com os protestos", afirmou o líder opositor Henrique Capriles.

As manifestações contra o presidente Nicolás Maduro, que começaram há dois meses, exigem sua saída do poder com eleições gerais, e o culpam da grave crise econômica no país. Os protestos, que já deixaram 63 mortos e mais de mil feridos, segundo a Procuradoria, costumam terminar em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança, que usam gás lacrimogêneos, jatos de água e outros meios para evitar que os opositores cheguem ao centro da cidade.

A oposição e o chavismo trocam acusações de violência, enquanto Maduro defende uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna, cujos integrantes serão eleitos em julho e que, assegura, "é o único caminho para a paz".

A oposição rejeita essa proposta e não participará na eleição por considerá-la "fraudulenta", visto que, afirma, seu sistema de eleição permitiria ao governo eleger mais membros inclusive se tiver menos votos.  "A fraude constituinte madurista é igual a mais fome, mais escassez e mais crise", apontou Capriles neste sábado no Twitter.

A Venezuela atravessa uma dura crise econômica desde a queda dos preços do petróleo, em 2014, que se caracteriza por uma escassez aguda de alimentos e remédios e uma inflação que poderia chegar a 720% em 2017, segundo o FMI.

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