Padres australianos defendem manter sigilo da confissão sobre abusos de menores
Investigação no país quer penalizar quem não denunciar casos de pedofilia
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O trabalho apresenta 85 propostas de reforma, divulgadas na terça-feira, as quais incluem penalizar quem não denunciar casos dessa natureza, ou mesmo quem tiver tido conhecimento deles por meio da confissão. "Não deve haver isenções, desculpas, proteções, ou privilégios a respeito dos crimes atribuídos ao clero", aponta o informe da comissão real.
Um dos integrantes de maior influência do clero australiano, o arcebispo de Melbourne, Denis Hart, considerou que a confissão é uma parte fundamental da liberdade religiosa. Ao ser questionado sobre se os padres deveriam ir presos a romper esse sigilo, afirmou: "Eu faria isso". "Trata-se de uma comunicação sacrossanta, que emana de uma ordem superior e que os padres devem respeitar por natureza. Eles nunca fariam algo que prejudique os meninos", considerou.
"Se uma lei diz que devo divulgar isso (...) vou me negar a aplicar a lei", declarou o padre jesuíta e advogado Frank Brennan ao jornal The Australian.