Pandemia expôs "fissuras e fragilidades" da sociedade, diz Bachelet

Pandemia expôs "fissuras e fragilidades" da sociedade, diz Bachelet

Segundo a alta comissária para os direitos humanos da ONU, estragos foram feitos nas áreas sociais, culturais e civis

AFP

publicidade

A pandemia "deixou em descoberto todas as fissuras e fragilidades das nossas sociedades" e pôs o respeito dos direitos fundamentais nas cordas - lamentou a alta comissária para os direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, nesta quarta-feira (9).

"O ano de 2020 causou estragos não apenas em todas as regiões e países, mas também no conjunto dos nossos direitos econômicos, sociais, culturais, civis, ou políticos", disse Bachelet em Genebra, considerando que a pandemia mostrou o fracasso do sistema na hora de defender esses direitos. "A Covid-19 revelou nossa incapacidade para fazer respeitar esses direitos não apenas porque não conseguimos fazer isso, mas porque descuidamos, ou decidimos não fazer", insistiu Bachelet no discurso de abertura da conferência anual sobre as perspectivas dos direitos humanos no mundo.

A alta comissária também denunciou a incapacidade dos países de investirem em seus sistemas de saúde, a reação tardia à pandemia, ou a falta de transparência sobre sua propagação. "Politizar uma pandemia desta maneira é mais do que irresponsável, é totalmente censurável", acrescentou a ex-presidente chilena. "Nos últimos 11 meses, os pobres ficaram mais pobres, e os que sofrem de discriminação sistêmica foram os que mais sofreram", apontou Bachelet.

A alta comissária pediu que se tire lições dessa experiência para que seja possível construir um mundo melhor. "Porque, se não fizermos isso, sobretudo no que diz respeito à mudança climática, 2020 será apenas o primeiro capítulo antes do início de uma nova calamidade. Estamos avisados", concluiu.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895