Papa Francisco e líderes religiosos se unem contra a escravidão
Representantes judeus, muçulmanos, ortodoxos, anglicanos, budistas e hindus assinaram declaração
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O documento foi assinado na sede da Pontifícia Academia para as Ciências, no Vaticano, na presença dos rabinos Abraham Skorka e David Rosen, do Comitê Judeu Americano; do líder ortodoxo Emmanuel, da França, e do grande aiatolá iraquiano Mohammad Taqi al-Modarresi, entre outros.
Antes da assinatura, o Papa Francisco denunciou um "flagelo atroz, presente em todo o mundo e em todas as formas, econômicas, psicológicas, sexuais", incluindo "no turismo". Benjamin Skorka, rabino de Buenos Aires, afirmou que todos os homens têm "um único Pai" e lembrou a escravidão nos campos de concentração e de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial. "São nossos irmãos, irmãs, filhos, filhas que são explorados: nesta era de globalização, o que acontece a um acontece a todos nós", afirmou a venerável Bhikkhuni Thich Nu Chan Khong, representante do budismo. Ela apelou à "compaixão" não só pelas vítimas, mas também "aos traficantes que sofreram e que podemos despertar e transformar para que se tornem nossos irmãos e aliados".
Em uma mensagem de vídeo, o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, associou a luta contra a escravidão e a proteção do meio ambiente, "os dois lados da mesma moeda." "À medida que trabalhamos para estabelecer prazos e limites" para a proteção do meio ambiente, "não podemos ser indiferentes à exploração que faz desconectar um corpo de sua alma", ressaltou. O líder dos anglicanos, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby - um dos principais defensores da iniciativa--, pediu leis mais eficazes "contra as formas de escravidão, bem como a colaboração com o mundo empresarial não excluindo campanhas de denúncia".
A iniciativa é apoiada pela Global Freedom Network, a rede mundial que combate a escravidão em todo o planeta.
No documento, os líderes religiosos se comprometem a erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos, e convidam os governo e chefes de Estado a apoiar publicamente tal iniciativa. Os representantes das diversas religiões pedem a todos os países que reconheçam a "exploração física, econômica e sexual de homens, mulheres e crianças como um crime contra a humanidade".