Paquistão mata líder da Al-Qaeda acusado de planejar ataque a metrô de Nova York

Paquistão mata líder da Al-Qaeda acusado de planejar ataque a metrô de Nova York

Homem de 39 anos constava na lista de terroristas mais procurados dos Estados Unidos

AFP

Homem de 39 anos consta na lista de terroristas mais procurados dos Estados Unidos

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O Exército paquistanês declarou neste sábado ter matado o chefe das operações externas da rede Al-Qaeda, procurado pelos Estados Unidos por planejar um ataque contra o metrô de Nova York em 2009, em uma
operação perto da fronteira afegã. Adnan al-Shukrijumah, cujo nome está na lista americana dos "terroristas mais procurados", morreu neste sábado em uma operação seletiva no Waziristão do Sul, reduto talibã, anunciou o
Exército paquistanês.

Considerado o chefe das operações externas e uma "estrela em ascensão" da Al-Qaeda, Al-Shukrijumah é acusado  de ter considerado atacar o Canal do Panamá, segundo fontes americanas. De origem saudita, Adnan al-Shukrijumah, de 39 anos, subiu aos poucos os degraus da rede fundada por Osama Bin Laden depois ter iniciado sua trajetória lavando pratos em um campo de treinamento da Al-Qaeda. 

Chegou aos Estados Unidos ainda criança e viveu no Brooklyn antes de se mudar com sua família para a Flórida (sudeste) em 1990, de acordo com investigadores americanos durante uma audiência sobre o plano frustrado contra o metrô de Nova York. Segundo as fontes americanas, ele viajou para o Afeganistão antes dos ataques de 11 de setembro de 2001 e vivia no Paquistão, na região do Waziristão, epicentro do movimento jihadista frequentemente bombardeado por drones americanos.

Operação seletiva

Após o fracasso das negociações com os talibãs do TTP e sob pressão de Washington, o Exército paquistanês lançou em junho uma operação no Waziristão do Norte, área semi-autônoma usada há anos como um refúgio de insurgentes talibãs e de seus aliados da Al-Qaeda, incluindo estrangeiros, em sua maioria uzbeques e árabes. Esta operação, na qual o Exército afirma ter matado 1.5 mil, levou os insurgentes a fugirem para o Afeganistão e outras zonas tribais do noroeste do Paquistão.

Adnan al-Shukrijumah se refugiou na vizinha zona tribal do Waziristão do Sul. "O líder da Al-Qaida Adnan al Shukrijumah foi abatido de manhã cedo em um ataque em Sinwarsak, no Waziristão do Sul", disse o Exército, acrescentando que ele era o responsável por "todas as operações externas da Al-Qaeda", principalmente contra alvos ocidentais. Seus guardas também foram mortos neste ataque que deixou um morto e um ferido nas fileiras do Exército paquistanês, segundo fontes militares.

De acordo com várias pessoas, as autoridades bloquearam os acessos à cidade e interromperam os sinas de telefone pouco antes do ataque. Um chefe tribal de uma aldeia vizinha indicou que dois helicópteros e drones voavam a baixa altitude, um prelúdio dos tiroteios que "duraram horas." O anúncio de sua morte coincide com a visita do secretário de Defesa americano Chuck Hagel ao Afeganistão antes da retirada das tropas de combate da OTAN no final do mês.

Os Estados Unidos e o Afeganistão acusaram por muito tempo o Paquistão de jogar um "jogo duplo" na "guerra contra o terror", declarando oficialmente lutar contra os rebeldes islâmicos, mas protegendo alguns deles, especialmente alguns talibãs afegãos. Em maio de 2011, o ataque de um comando americano contra Bin Laden no Paquistão exacerbou as suspeitas americanas. Mas a operação contra Adnan al-Shukrijuma "significa uma mudança de posição do Exército sobre a Al-Qaeda e grupos sunitas armados", declarou à AFP Imtiaz Gul, diretor do Centro de Pesquisa sobre a Segurança (CSIS) em Islamabad.

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