Paralisação se agrava nos EUA, limitando opções de Trump
Cerca de 800 mil funcionários federais são afetados pela situação
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A disputa pelo muro, que faz parte das promessas de campanha de Trump, ocorre em meio a uma mudança no ciclo político nos Estados Unidos, após os democratas recuperarem, na semana passada, o controle da Câmara dos Representantes, embora os republicanos continuem tendo maioria no Senado. "Precisamos consertar nossa fronteira sul", escreveu Trump no Twitter na manhã desta quarta - um dia com diversas reuniões previstas, mas poucos sinais de que alcançará um acordo.
Our Country is doing so well in so many ways. Great jobs numbers, with a record setting December. We are rebuilding our military. Vets finally have Choice & Accountability. Economy & GDP are strong. Tax & Reg cuts historic. Trade deals great. But we MUST fix our Southern Border! — Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 9 de janeiro de 2019
Para a oposição, a ideia do muro é "imoral", além de cara e ineficaz. Na terça, Nancy Pelosi, que recuperou seu posto como líder da maioria democrata na Câmara baixa na semana passada, respondeu Trump após seu discurso e acusou-o de manter "o povo americano como reféns".
Enquanto isso, cerca de 800 mil funcionários federais afetados esperam uma resolução do conflito que lhes aflige desde 22 de dezembro. Muitos deles se encontram em uma licença forçada sem vencimentos, levando-os a graves problemas financeiros que pioram a cada dia.
"Nenhuma das partes sente que pode ceder sem pagar um preço político atroz", disse o senador republicano Marco Rubio na Fox News. "Infelizmente, há duas coisas no meio do caminho: a segurança de nossas fronteiras e os homens e mulheres de nosso governo federal", acrescentou.
Visita à fronteira
Mas, nesta quarta, o tom das negociações ficou mais duro, e os democratas convocaram uma coletiva de imprensa na colina do Capitólio com funcionários afetados. Já a agenda de Trump inclui um almoço com congressistas americanos e, mais tarde, ele receberá líderes de ambos os partidos na Casa Branca.
Na quinta, o presidente americano programou uma viagem à fronteira para "se reunir com os que estão na linha de frente". "Quanto sangue americano ainda tem que ser derramado até o Congresso fazer seu trabalho? Para os que se negam a um acordo em nome da segurança da fronteira, eu pediria que imaginem se fosse seu filho, seu marido, sua mulher cuja vida ficou totalmente destroçada e estragada", disse.
Mas Pelosi negou essa versão, e disse que o problema na verdade são "as políticas cruéis contraproducentes" que tornam a fronteira mais perigosa para os migrantes vulneráveis, inclusive as famílias.
A paralisação orçamentária está perto de ser a mais longa da história - batendo o recorde do fechamento parcial do governo de 21 dias entre o fim de 1995 e o começo de 1996, sob a presidência de Bill Clinton.