Parlamento britânico vai votar "Plano B" de May para o Brexit em 29 de janeiro

Parlamento britânico vai votar "Plano B" de May para o Brexit em 29 de janeiro

Primeira-ministra fará uma declaração sobre seus próximos passos na segunda-feira

Correio do Povo

Parlamento britânico vai votar "Plano B" de Theresa May para o Brexit em 29 de janeiro

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O parlamento britânico vai debater e votar o "Plano B" da primeira-ministra Theresa May para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 29 de janeiro, anunciou a líder da Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom. A premiê, cujo governo sobreviveu à moção de censura após seu acordo de retirada inicial ser rejeitado por uma grande maioria, fará uma declaração sobre seus próximos passos na próxima segunda. Nesta manhã, ela se encontra com deputados e líderes da oposição para conversações entre partidos antes de apresentar uma proposta alternativa.

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No entanto, May está enfrentando um impasse, uma vez que seus oponentes estabelecem uma lista de exigências de cooperação, incluindo a retirada da possibilidade de que a Grã-Bretanha deixe a UE em março sem qualquer acordo. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou em discurso na cidade de Hastings que May sofreu a mais devastadora derrota no parlamento e que “seu acordo agora está morto”. Ele afirmou que, com a chance de um “divórcio bruto”, as conversas serão falsas.

Segundo o líder da oposição, May estaria apenas fazendo o tempo passar com a intenção de forçar os parlamentares a apoiarem suas ideias quando o Brexit se tornar iminente. Ele comentou que o governo está gastando 4,8 bilhões de libras esterlinas para se preparar para “o não-acordo”, mesmo que isso não possa acontecer. Corbyn também analisou que o Reino Unido tem "um governo apenas no nome, porque sua autoridade foi destruída” e defendeu que a melhor solução para o país é uma eleição geral.

Única deputada do Partido Verde na Câmara dos Comuns, Caroline Lucas contou em entrevista aos meios de comunicação ingleses que se encontrou com May para discutir o Brexit esta manhã e que a primeira-ministra se recusou a descartar a saída sem nenhum acordo. "Pedi repetidas vezes que ela retirasse essa carta da mesa porque acho que ela distorce completamente as negociações", disse, incluindo que a premiê estava resistindo à opção de pedir uma extensão do Artigo 50, prorrogando, assim, o prazo de saída.

Colega de May no Partido Conservador, Nigel Evans também esteve em reunião com a líder de governo. "Estamos deixando a UE. Esse é o número um", enfatizou em um tweet. "A primeira-ministra está ouvindo as 17,4 milhões de pessoas e a linha que é mais importante é que estamos deixando a UE. Alguns deputados precisam aceitar isso. Precisamos fazer acordos comerciais em todo o mundo. Queremos fazê-los com a UE, mas também devemos fazê-los com o resto do mundo”, arguiu.

Referendo com "fechamento de quatro nações"

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, criticou que "as ofertas de conversas de May são uma promessa de ouvir, mas somente se todos concordarmos com ela". "O Partido Nacional Escocês não será cúmplice em mais tempo desperdiçando. Descarte a saída sem nenhum acordo, esteja preparada para estender o Artigo 50 e concorde em pelo menos considerar outro plebiscito - então vamos conversar", escreveu em um tweet.

Em um artigo intitulado "A Escócia à mercê do caos de Westminster sobre o Brexit", no jornal The Scotman, ela disse que a Escócia vai exigir um segundo referendo sobre o assunto sob a condição de ser aceito somente se as quatro partes do Reino Unido votarem da mesma maneira. Na votação de 2016, a Escócia registrou 62% de votos na opção "Remain" (Permanecer), e a Irlanda do Norte, 56%, mas os seus votos foram compensados pelo resultado significativo de "Exit" (Sair) na Inglaterra e no País de Gales.

“Um segundo referendo não garantiria que os desejos da Escócia prevaleceriam, embora os membros do Partido tentassem emendar qualquer legislação com uma 'fechamento de quatro nações' para que o Reino Unido só pudesse sair com o acordo se todas as nações do Reino Unido concordassem”. May, no entanto, não pareceu reconhecer essa divisão, disse Sturgeon. “Portanto, um plano adequado é necessário. Nas discussões que a primeira-ministra diz que quer ter com outras partes e com os governos descentralizados, vamos deixar claro o que acreditamos que precisa acontecer”, finalizou.


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