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Peso argentino abre com forte valorização após vitória eleitoral de Milei

Em apenas 30 minutos de operações, a moeda argentina subiu 9,5% em relação ao valor de fechamento anterior ao pleito

Resultado eleitoral esfria semanas de uma corrida cambial que vinha sendo mal contida
Resultado eleitoral esfria semanas de uma corrida cambial que vinha sendo mal contida Foto : LUIS ROBAYO / AFP

O peso argentino registrou uma forte valorização frente ao dólar nesta segunda-feira (27), impulsionado pela contundente vitória do presidente ultraliberal Javier Milei nas eleições legislativas de meio de mandato. A valorização foi observada nos quadros do estatal Banco Nación.

Em apenas 30 minutos de operações, a moeda argentina subiu 9,5% em relação ao valor de fechamento anterior ao pleito. No Banco Nación, por volta das 13h30 (horário de Brasília), o peso estava cotado a 1.370 por dólar americano, revertendo o patamar de 1.515 registrado na sexta-feira (24).

Apoio político e impacto da ajuda americana

O resultado eleitoral esfria semanas de uma corrida cambial que vinha sendo mal contida. A valorização é reforçada pelo anúncio de uma ajuda financeira de até 40 bilhões de dólares (R$ 215,2 bilhões) do governo dos Estados Unidos, que o presidente Donald Trump havia condicionado à vitória eleitoral de seu aliado.

O governo de Milei conquistou um forte apoio no domingo, com 40,7% dos votos, superando o peronismo disperso, que alcançou 31,7%.

Milei ganha força para reformas

Embora a vitória não tenha garantido a maioria absoluta no Congresso, ela proporcionará a Milei o número de assentos suficiente para promover reformas nos dois anos restantes de mandato. As áreas prioritárias de reforma incluem as esferas trabalhista, tributária e previdenciária.

O resultado também dá ao presidente a força necessária para bloquear um eventual pedido de impeachment e o deixa em melhor posição para negociar alianças em torno de suas iniciativas. Analistas políticos apontam que o alívio do mercado reflete não apenas o apoio às políticas de Milei, mas também o temor de um colapso financeiro e de um salto na inflação caso o governo tivesse sido derrotado.