Pistas ocupadas no Equador impedem aterrissagem de um avião da Iberia

Pistas ocupadas no Equador impedem aterrissagem de um avião da Iberia

Prefeita da cidade disse que atitude ocorreu devido temor ao coronavírus

AFP

Prefeita da cidade disse que atitude ocorreu devido temor ao coronavírus

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A prefeita da cidade equatoriana de Guayaquil, no Equador, ordenou bloquear com carros a pista de aterrissagem do aeroporto de sua cidade para impedir o pouso de um avião da companhia aérea espanhola Iberia, por temor ao coronavírus. Cynthia Viteri admitiu que ordenou na quarta-feira que carros bloqueassem a pista do aeroporto internacional José Joaquín de Olmedo, o que é investigado pela Procuradoria equatoriana.

"Assumo a responsabilidade de ter mandado os veículos do município de Guayaquil para impedir que o avião da Iberia aterrissasse aqui com onze passageiros de Madri", afirmou Viteri em um vídeo divulgado pelo município nas redes sociais. Vários carros invadiram a pista do terminal e estacionaram na mesma, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais, dificultando as operações.

No Equador rege o estado de exceção pela pandemia do coronavírus, que deixou no país 3 mortos e quase 200 infectados. Todos os voos estão proibidos desde segunda-feira. O avião da Iberia, que carregava somente a tripulação, aterrissou sem inconvenientes em Quito. O ministério de Transporte e Obras Públicas indicou que é permitida a entrada no país de aviões sem passageiros para buscar estrangeiros e rejeitou a ação da prefeitura de Guayaquil.

Viteri argumentou que tomou a medida porque a província de Guayas, cuja capital é Guayaquil, está "isolada" do resto do país por concentrar a maioria dos contagiados. "Assumo a responsabilidade de proteger minha cidade", acrescentou. O voo da Iberia "chegou vazio e, devido aos incidentes levantados em Guayaquil, aterrissou em Quito", destacou a Direção Geral de Aviação Civil em comunicado.

A secretaria de Transporte observou que esse tipo de medida "dificulta a atividade aérea planejada" no contexto da emergência decretada pelo presidente Lenín Moreno na semana passada, que inclui o estado de exceção, suspensão do trabalho presencial e toque de recolher. O Covid-19 pode infectar cerca de 800 mil pessoas no Equador, com 17,4 milhões de habitantes, de acordo com o presidente. Como Guayas foi a mais atingida pelo vírus, as autoridades endureceram as medidas nessa quarta-feira para essa província, ao proibir a entrada e saída de pessoas, salvo aqueles que transportam alimentos e medicamentos.


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