PL que flexibiliza entrada de agrotóxicos segue no Senado com pedido de urgência para votação

PL que flexibiliza entrada de agrotóxicos segue no Senado com pedido de urgência para votação

Apelidado pela oposição de "PL do Veneno", projeto busca centralizar a fiscalização de agrotóxicos no Ministério da Agricultura e Pecuária

AE

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A Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal (CMA) aprovou na última quarta-feira, 22, o projeto de lei que atualiza o marco regulatório dos agrotóxicos e flexibiliza a entrada dos pesticidas no Brasil. Com relatoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), o texto segue para votação do Plenário com um pedido de urgência feito pela senadora Tereza Cristina (PP-MS). Desde sua proposição na Câmara dos Deputados, o projeto tramita há 23 anos no Congresso Nacional.

O projeto (1459/2022), apelidado de "PL do Veneno" pela oposição na Câmara dos Deputados, quando tramitou na casa, busca centralizar a fiscalização e análise de agrotóxicos para uso agropecuário no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Atualmente, o processo precisa passar também por outras duas pastas: o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama, e o Ministério da Saúde, pela Anvisa.

O PL ainda fixa prazos para a obtenção de registro de agrotóxicos no Brasil e prevê a concessão de registro temporário se o prazo não for cumprido. Ou seja, se o pedido não tiver resposta conclusiva em um prazo de dois anos, o órgão registrante terá de conceder uma autorização temporária para a utilização do defensivo agrícola. Para isso, no entanto, ele já deve ser usado por ao menos três países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 37 países com diferentes níveis de exigência sobre o tema.

Ao longo da tramitação, o texto também foi alterado para substituir o termo "agrotóxicos" por "pesticidas", por um entendimento dos parlamentares do agro de que a palavra antes usada teria uma conotação negativa.

De acordo com parlamentares a favor do projeto, a mudança no marco regulatório poderá ajudar a simplificar e acelerar o processo de aprovação dos pesticidas, que atualmente chega a demorar até oito anos. Já entidades ligadas ao meio ambiente são contrárias, afirmando que a aprovação da lei levaria a uma presença maior de agrotóxicos nos alimentos e no meio ambiente.


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