Planejamento da velhice deve começar por volta dos 40 anos

Planejamento da velhice deve começar por volta dos 40 anos

Cuidados com o aspecto econômico e de saúde precisam ser cuidados, alerta especialista

R7

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A longevidade é o resultado do avanço da humanidade. As tecnologias e a melhora da qualidade de vida beneficiam a sociedade em um geral, mas as pessoas não devem se esquecer da importância do cuidado individual.

Segundo estimativa da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2030 o mundo atingirá a marca de 8,5 bilhões de habitantes. Em 2080, esse número pode chegar a 10,4 bilhões. Um destaque nesse período é o aumento da população idosa.

Em 2050, estima-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais em todo o mundo seja mais do que o dobro do número de crianças com menos de cinco anos, por exemplo. Sendo assim, os planejamentos para a chegada da melhor idade não devem se prolongar demais.

"O idoso tem que ter uma conduta diferenciada para ter mais qualidade de vida, ele tem que planejar a velhice dele. Ele não vai chegar aos 60 anos e falar ‘agora eu vou planejar’, até pode, mas o ideal é, quando chegar aos 40 [anos] ou 45 anos, já começar a pensar na velhice", explica a professora do curso de gerontologia da USP (Universidade de São Paulo) Rosa Chubaci.

Essa programação envolve deduzir, dada a atual situação econômica do indivíduo, se ele terá boas condições de envelhecimento, estimar o valor da aposentadoria e projetar a situação futura dos filhos ou demais familiares, por exemplo.

Não apenas isso, o cuidado com a saúde deve se tornar algo rotineiro.

"Preciso me alimentar bem o suficiente, fazer exames mensais periódicos, de prevenção, fazer atividade física, isso é muito importante, atividade física está atrelada à qualidade de vida", diz Rosa.

O planejamento da rede de relações sociais também é fundamental. Segundo a professora, se uma pessoa idosa fica sozinha, "vai desenvolver uma demência senil, que seria normal do envelhecimento, mais rapidamente."

Programar-se antecipadamente também evita situações de estresse, apontadas por Rosa como um fator de risco para a demência.

"É importante completar esse ciclo de vida: infância, passar pela adolescência, jovem, vida adulta e velhice. Todos precisam passar por isso, mas eu não preciso ficar sentado em uma cadeira esperando isso acontecer, eu tenho que pensar nesse planejamento", adverte a docente.

Primeiros alertas

Estar atento aos primeiros sinais de dificuldade na velhice é essencial, já que exige, por exemplo, a procura por ajuda familiar ou profissional.

"Se ela já começar a apresentar alguma demência, está caindo muito, não consegue andar direito, não consegue comer direito também, está meio atrapalhada com as coisas, a família não tem mais paciência, talvez seja um momento de você procurar uma ajuda", indica Rosa.

Um desses auxílio são as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos), conhecidas popularmente como asilos, que devem ser avaliadas livre de preconceitos e com foco em qualidade, pois esses locais são uma extensão do cuidado que a pessoa tinha na própria casa.

Porém, familiares e amigos continuam tendo um papel importante na vida do idoso, independente de onde ele esteja.

"Lá [nas ILPIs] ela vai ser cuidada, vão ter profissionais, a única coisa importante é que você precisa estar do lado dela, visitá-la frequentemente, para que ela não se sinta só, trazê-la de volta para casa, em caso de reunião e festa", orienta a professora.

E acrescenta: "Ela pode estar com você, mas vai chegar um momento que ela não vai mais poder sair de lá, mas, mesmo assim, a família nunca deve estar longe dela, sempre perto."


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