Polícia prende dois suspeitos por voo de drones em Gatwick

Polícia prende dois suspeitos por voo de drones em Gatwick

Equipamentos foram observados 50 vezes em 24 horas

AFP

Drones causaram o fechamento do aeroporto

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Duas pessoas foram detidas por suposto envolvimento no "uso criminoso de drones" no Aeroporto de Gatwick, em Londres, informou a polícia neste sábado, após três dias de perturbações que fizeram milhares de pessoas perderem seus voos. "Com base em nossas investigações pelo uso criminoso de drones, o que alterou seriamente os voos de saída e chegada do Aeroporto de Gatwick, a polícia de Sussex realizou duas prisões", informou o superintendente da polícia James Collis.

Os drones foram vistos pela primeira vez voando em torno de Gatwick, o segundo aeroporto do Reino Unido, na quarta-feira, o que obrigou o fechamento da pista e provocou o caos para mais de 120 mil pessoas a poucos dias do Natal. Segundo o comunicado da polícia, a investigação segue em andamento e os agentes usam "um leque de táticas" para "detectar e impedir novas incursões de drones". "Seguimos pedindo à população e aos passageiros na região de Gatwick a fiquem atentos e nos ajudem comunicando imediatamente qualquer informação que possa nos auxiliar".

Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas. O aeroporto londrino voltou a operar na sexta-feira, apesar da última aparição de um drone ter ocorrido às 15h10min (de Brasília), o que provocou uma breve suspensão dos voos. O aeroporto reabriu a sua única pista pela manhã, depois de ficar paralisado por quase 36 horas devido à presença insistente de drones de origem desconhecida, um incidente "sem precedentes", segundo o governo.

Embora os misteriosos drones não tenham sido interceptados, a reabertura foi possível graças às "medidas" para mitigar a ameaça, em colaboração com a polícia e o exército, explicou à BBC o diretor de operações da Gatwick, Chris Woodroofe, sem dar mais detalhes. O exército usou tecnologia de ponta para procurar os dispositivos.

Em um comunicado, a polícia em Sussex, o condado onde fica o aeroporto, disse que eles "aplicaram recursos significativos para procurar e localizar o drone". Anteriormente, ele indicou que as forças de segurança "aumentaram significativamente" sua presença no local.

Hipótese 'ecologista'

A polícia tinha considerado abater os drones, uma possibilidade descartada pelas autoridades em um primeiro momento. Gatwick foi fechado na quarta-feira às 19h (de Brasília) quando dois drones foram observados sobrevoando a área da pista. O local foi reaberto por alguns minutos durante a noite e voltou a fechar às 1h45min (de Brasília), quando os drones foram novamente detectados. No total, os drones foram observados 50 vezes em 24 horas.

O diretor-geral do aeroporto, Stewart Wingate, denunciou uma "atividade muito direcionada com o objetivo de fechar o aeroporto e causar o maior número de distúrbios pouco antes do Natal". A polícia afirmou que este foi um "ato deliberado que busca perturbar o funcionamento do aeroporto", mas ressaltou que "não há absolutamente nenhuma evidência que sugira um vínculo terrorista". Woodroofe disse à BBC que "uma das hipóteses neste estágio é a de uma ação ambientalista".

Diante desse caos em Gatwick, o governo foi criticado por não fazer o suficiente para proteger os aeroportos. "Vamos ter que aprender muito rapidamente o que aconteceu", disse o ministro dos Transportes, Chris Gralying, à BBC. "Trabalhamos com fabricantes de drones em soluções técnicas, como geolocalização", disse a secretária de Transporte, Elizabeth Sugg.

Segundo ela, essa técnica permitiria, graças aos dados dos dispositivos, impedir que sobrevoassem certas áreas, como aeroportos ou prisões. A legislação britânica estipula que drones não podem ser utilizados a menos de um quilômetro de um aeroporto e que não podem superar uma altitude de 122 metros.

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