"Pré-requisito para brasileiros saírem é passagem de ambulância", avisa embaixador do Brasil

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou ao site do R7 neste sábado que monitora de perto a possibilidade de reabertura da fronteira de Gaza com o Egito, especificamente em Rafah, para a saída do grupo de 34 brasileiros ou com cidadania brasileira que aguarda para deixar a área de guerra. Conforme Candeas, o termômetro para os brasileiros saírem da zona de conflito e escapar dos bombardeios de Israel, em resposta aos terroristas do Hamas, é o atendimento médico de urgência.

“O pré-requisito para isto (a saída dos brasileiros) é a passagem de comboio de ambulâncias. Entretanto, até o momento, não há perspectiva para deslocamento desses veículos, pois há hospitais cercados e atacados, sem possibilidade de transferência de feridos do Norte para o Sul da Faixa”, explicou.

Porém, o Egito, que teme a entrada de terroristas do Hamas no país, ainda não sinalizou se vai reabrir a fronteira nem quando. “Nessas condições, ainda não há possibilidade de evacuação de estrangeiros pela passagem de Rafah”, disse Candeas.

Nessa sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou não ser possível dar um prazo para o resgate dos brasileiros, que aguardam e sobrevivem em situações precárias em Khan Yunis e Rafah, cidades de Gaza, há mais de um mês. "A situação em Gaza não me permite dizer se será hoje, ou amanhã, ou quando. É uma região conflagrada, e são inúmeras as questões que dificultam a abertura", disse.

O brasileiro Hasan Rabee faz parte do grupo que aguarda em Rafah e, ontem, lamentou a impossibilidade de sair de Gaza. “Não deu para a gente sair hoje, mas tenho fé que amanhã talvez podemos sair ou depois de amanhã. Isso (será uma) grande vitória”, disse numa rede social.

Hoje, o brasileiro que tenta fugir da guerra prometeu fazer uma transmissão ao vivo a fim de mostrar a situação do grupo que espera na fronteira com o Egito. Um avião da Presidência está de prontidão no país africano, desde 18 de outubro, à espera dos brasileiros para retornar ao país.