Prêmio Nobel da Paz vai para presidente da Colômbia
Juan Manuel Santos foi agraciado após ter concluído acordo com as Farc
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O acordo foi rejeitado pela população colombiana em um referendo no último domingo em uma votação apertada, mas "o fato de a maioria dos eleitores ter dito não ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto", disse a presidente da Comitê Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.
No dia seguinte ao referendo, Santos enviou o chefe dos negociadores do governo, Humberto de la Calle, e o Alto Comissário para a Paz, Sergio Jaramillo, para se reunir com os representantes das Farc em Havana. Segundo Santos, o diálogo com a oposição tem o propósito de "atender, na medida do possível, suas observações e propostas de ajuste para se encontrar um caminho que não apenas culmine com a aprovação do acordo de paz, mas que também o fortaleça".
O líder da oposição Álvaro Uribe declarou ao final da reunião que "é melhor uma paz para todos os colombianos do que um acordo fraco para a metade dos cidadãos". O ex-presidente disse aos jornalistas que na reunião com Santos foram analisados "ajustes e propostas iniciais, que deverão ser introduzidas nos textos de Havana para se buscar um novo acordo de paz, que vincule a totalidade dos colombianos".
Entre os ajustes Uribe mencionou "a necessidade" de que o grupo rebelde "cesse todos os crimes" e que o governo garanta a segurança de seus membros. O ex-presidente defendeu ainda "soluções jurídicas imediatas" para os guerrilheiros rasos não ligados a crimes contra a humanidade.
Lista dos 10 últimos vencedores do Nobel da Paz
2014: A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi por seu combate à opressão contra crianças e jovens e a defesa da educação para todos os menores.
2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC) por seus esforços visando livrar o planeta das armas de destruição em massa.
2012: União Europeia (UE) pelo projeto que contribuiu para pacificar um continente devastado por duas guerras mundiais.
2011: As liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee, e a iemenita Tawakkol Karman por sua luta pela segurança das mulheres e por seu direito de participar do processo de paz.
2010: O dissidente chinês preso Liu Xiaobo por seus esforços persistentes e pacíficos em favor dos direitos humanos na China.
2009: O presidente americano Barack Obama por seus esforços extraordinários para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos.
2008: O finlandês Martti Ahtisaari por suas numerosas mediações de paz ao redor do mundo.
2007: O ex-vice-presidente americano Al Gore e o painel da ONU sobre Mudanças Climáticas por seus esforços para ampliar o conhecimento sobre o aquecimento global.
2006: O bengalês Muhammad Yunus e sua instituição especial de micro-crédito, o Grameen Bank, por permitir a uma parcela importante da população obter os meios para sair da pobreza.