Premier da Itália abdica após derrota em referendo de reforma constitucional
Matteo Renzi assumiu responsabilidade por derrota na consulta que busca transformar sistema político
publicidade
Segundo levantamento do instituto Tecné, a reforma política de Matteo Renzi foi rejeitada por entre 55% e 59% dos eleitores, e aprovada por 41% a 45%, mesmo placar apontado pelo EMG. O instituto IPR-Piepoli mostrou o "não" com 54% a 58%, contra 42% a 46% do "sim". Se esses números se confirmaram, o voto no exterior não terá impacto no resultado final.
Fruto de dois anos de discussões e idas e vindas no Parlamento, a chamada Lei Boschi reescreve boa parte da Constituição italiana, principalmente aquela referente ao sistema político. Com a mudança, apenas a Câmara dos Deputados continuaria com o papel de aprovar leis e votar a confiança ao governo. Já o Senado, apesar de manter seu nome, seria transformado em uma espécie de "câmara das autonomias", com funções muito menores que as atuais.
Assim, os 315 senadores seriam substituídos por 74 conselheiros regionais (cargo semelhante ao de deputado estadual no Brasil) e 21 prefeitos, todos escolhidos pelas Assembleias Legislativas de cada Região, segundo indicações dadas pelos eleitores nas urnas. Outros cinco membros seriam nomeados pelo presidente da República para um mandato de sete anos, totalizando 100 "senadores".