Presidente Correa rejeita "ameaças grosseiras" do Reino Unido ao Equador
Equador convocou aliados para discutir as tensões em torno do asilo concedido a Assange
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Na quarta-feira, o Equador informou que recebeu do governo britânico um documento que faz um alerta sobre a possibilidade das forças de segurança entrarem nas instalações de sua embaixada para prender e extraditar Assange, como requerido pela Suécia para responder a acusações de agressão sexual, que ele nega ter cometido. Correa insistiu na denúncia, embora o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, tenha rejeitado essa versão. "Não há nenhuma ameaça de invasão de uma embaixada. Estamos falando de uma lei do Parlamento deste país, que reforça que as embaixadas devem ser utilizadas em plena conformidade com o direito internacional", disse o ministro na quinta-feira.
Diante de dezenas de simpatizantes, Correa disse que, com "a iminência de uma possível entrada em nossa embaixada e o recebimento de uma ameaça explícita do Reino Unido", sua embaixadora em Londres, Ana Alban, "passou a dormir" na legação "para estar lá caso algo acontecesse". Também, segundo declarações do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, publicadas este sábado "o que tem que estar claro (...) é que a ameaça continua de pé, já que ninguém desmentiu a mesma, que não houve documento que demonstrasse um desconhecimento do primeiro ou uma desculpa pela ameaça proferida".
Em 19 de junho, Assange se refugiou na embaixada equatoriana em Londres e em 16 de agosto o Equador concedeu asilo diplomático. Assange teme que ao chegar na Suécia seja extraditado para os Estados Unidos, onde é investigado por espionagem pela publicação de centenas de milhares de documentos secretos do Departamento de Estado. O Equador convocou neste sábado seus aliados da ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) para uma reunião em Guayaquil para discutir as tensões com o Reino Unido.