Presidente do Panamá rejeita acusações da Odebrecht
Juan Carlos Varela é acusado de pagar milionárias propinas para obter contratos
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Em entrevista publicada no jornal espanhol "El País", o advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla relatou que Varela recebeu doações da construtora para sua campanha política. Também diz que a Odebrecht teria pago a fornecedores de uma empresa familiar do presidente.
"Quem está sendo investigado tem de prestar contas. Eu não estou sendo investigado por ninguém. É totalmente falso o que está sendo dito", declarou Varela aos jornalistas. "Não vou opinar em um caso que o Ministério Público (Procuradoria Geral) está investigando. Eles têm a responsabilidade de investigar e encontrar os responsáveis e que se saiba toda verdade", insistiu o presidente.
Na entrevista, Tacla contou ainda que a Odebrecht "cobriu gastos dos principais candidatos das eleições gerais panamenhas de 2014: o governista José Domingo Arias e seu adversário, o atual presidente, Juan Carlos Varela. Apostou nos dois".
Candidato do partido do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Arias prestou depoimento várias vezes à Procuradoria. "A construtora também antecipou 1 milhão de euros a dois fornecedores de uma empresa de rum propriedade de Varela (Varela Hermanos). O pagamento foi feito por uma conta do HSBC em Hong Kong", acrescentou
Tacla. "A informação que dão da (empresa) Varela Hermanos é totalmente falsa", refutou o presidente.
Em liberdade condicional na Espanha, o advogado brasileiro disse que "a Odebrecht também organizava festas. E enviava mulheres do Brasil para celebrações com políticos no Panamá e na República Dominicana". "Era a forma de a construtora expressar seu agradecimento. Embora isso também se convertesse em chantagem", admite Tacla.
Segundo o advogado, o responsável pela Odebrecht no Panamá, André Rabello, "administrava informações sobre as esposas e sobre as relações extraconjugais dos políticos panamenhos". "Assisti a uma reunião, em que Rabello disse que tinha a confirmação do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, de que o país não ia responder às demandas judiciais do Brasil (sobre este caso)", acrescentou.