Presidente do Senegal adia eleição por tempo indeterminado

Presidente do Senegal adia eleição por tempo indeterminado

Estados Unidos pressionam para que Macky Sall defina nova data

AFP

Presidente de Senegal adia eleições

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O presidente senegalês, Macky Sall, anunciou no sábado (3) o adiamento por tempo indeterminado da eleição presidencial, marcada para 25 de fevereiro. Em um discurso à Nação, Sall anunciou que revogou um decreto anterior que estabelecia a eleição presidencial para 25 de fevereiro, enquanto uma comissão parlamentar investiga dois juízes do Conselho Constitucional, cuja integridade no processo eleitoral foi questionada.

"Vou iniciar um diálogo nacional aberto, a fim de criar as condições para eleições livres, transparentes e inclusivas", disse Sall em seu discurso, sem informar uma data específica. Este anúncio foi feito horas antes do início, à meia-noite de hoje, da campanha eleitoral. Há 20 candidatos na disputa.

O líder opositor Khalifa Sall convocou os senegaleses a "se levantarem" contra o adiamento das eleições. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) manifestou sua "preocupação com as circunstâncias que levaram ao adiamento das eleições" e pediu diálogo e um processo rápido para definir uma nova data para as eleições.

Os Estados Unidos pediram que o presidente defina com urgência uma nova data. "Reconhecemos as acusações de irregularidades, mas estamos profundamente preocupados com a alteração do calendário eleitoral presidencial", publicou na rede social X o Escritório de Assuntos Africanos do Departamento de Estado.

O Conselho Constitucional, órgão que finaliza a lista de candidatos e anuncia o vencedor, excluiu das eleições dezenas de aspirantes, incluindo dois líderes da oposição: o candidato antissistema Ousmane Sonko e Karim Wade, ministro e filho do ex-presidente Abdoulaye Wade (2000-2012).

É a primeira vez desde 1963 que uma eleição presidencial é adiada no país. Em novembro de 2023, o presidente Sall marcou as eleições para 25 de fevereiro. Prometeu, em diferentes ocasiões, entregar o poder ao presidente eleito no início de abril.

Eleito em 2012 para um mandato de sete anos e reeleito em 2019, para um de cinco, Sall anunciou em julho de 2023 que não se apresentaria como candidato. Em setembro, expressou apoio à candidatura do primeiro-ministro, Amadou Ba, do partido governista.

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