Rússia expulsará diplomatas americanos em resposta a sanções

Rússia expulsará diplomatas americanos em resposta a sanções

Biden ordenou ontem duras sanções econômicas contra a Rússia e a expulsão de diplomatas

AFP

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A Rússia anunciou nesta sexta-feira (16) que expulsará 10 diplomatas americanos em resposta às sanções tomadas por Washington, acrescentando que "recomendou" ao embaixador americano em Moscou que retorne ao seu país. "Dez diplomatas foram incluídos na lista que nos foi entregue com o pedido de saída dos Estados Unidos. Vamos responder a essa medida reciprocamente e pediremos a dez diplomatas americanos na Rússia que deixem nosso país", declarou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em entrevista coletiva.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou duras sanções econômicas contra a Rússia e a expulsão de dez diplomatas russos, mas também renovou sua proposta de uma cúpula com Vladimir Putin para buscar uma "desescalada" das tensões.  A ordem executiva permitirá que a Rússia seja punida novamente "se continuar a interferir em nossa democracia", advertiu Biden em um discurso solene da Casa Branca, mas garantiu que não quer "desencadear um ciclo de escalada e conflito". 

Biden chamou as medidas de "uma resposta medida e proporcional" ao que chamou de ações hostis de Moscou.  O Tesouro dos EUA proibiu as instituições financeiras do país de comprarem diretamente títulos de dívida emitidos pela Rússia após 14 de junho. Também sancionou seis empresas de tecnologia russas acusadas de apoiar as atividades de inteligência cibernética de Moscou. 

Esta é uma resposta ao gigantesco ataque cibernético de 2020 que usou como vetor a SolarWinds, uma editora de software americana cujo produto foi hackeado para apresentar uma vulnerabilidade a seus usuários, incluindo várias agências federais americanas.  Implicado diretamente por Washington, o Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo (SVR) descartou essas "ilusões".

"Apoio" da Otan e UE

Um alto funcionário dos EUA alertou que parte da retaliação permanecerá "secreta", sugerindo a possibilidade de um contra-ataque cibernético.  Além disso, o Tesouro sancionou 32 entidades e indivíduos acusados de tentar, em nome do governo russo, "influenciar as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos", segundo a Casa Branca. 

E o governo dos Estados Unidos também impôs sanções a oito pessoas físicas e jurídicas vinculadas à "ocupação" da Crimeia, em "associação" com a União Europeia (UE), Reino Unido, Austrália e Canadá. 

A Otan, a UE e Londres expressaram o seu "apoio" às sanções americanas, mas sem anunciar imediatamente novas medidas. O governo britânico convocou o embaixador russo nesta quinta-feira para reclamar sobre a "atitude maliciosa" de seu país. 

O Departamento de Estado expulsou dez funcionários da embaixada russa em Washington, alguns acusados de serem membros dos serviços de inteligência de Moscou.  O pacote de sanções também busca "responsabilizar" as autoridades russas após relatos de recompensas oferecidas ao Talibã por alvejar soldados americanos e estrangeiros no Afeganistão. 

Um alto funcionário de Washington, no entanto, disse que a inteligência dos EUA atribuiu confiança de "baixa a moderada" nessas alegações.  As novas sanções se somam a uma primeira série de medidas punitivas anunciadas em março contra sete altos funcionários russos em resposta ao envenenamento e prisão do opositor Alexei Navalny.

Esta é uma das ofensivas mais duras contra a Rússia desde a expulsão de vários diplomatas no final do mandato de Barack Obama. 

 


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