Renault denunciará Carlos Ghosn por gastos suspeitos

Renault denunciará Carlos Ghosn por gastos suspeitos

Informação foi confirmada pelo ministro da Economia, já que a França detém 15% da empresa automotiva

AFP

Ex-dirigente da Renault teria feito um gasto suspeito de 11 milhões de euros

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O ministro da Economia, Bruno Le Maire, anunciou nesta quarta-feira que a Renault, que pertence em 15% ao Estado francês, denunciará o ex-presidente da empresa Carlos Ghosn por um gasto suspeito de 11 milhões de euros.

"O Estado levará todos os elementos à justiça e fará uma denúncia", declarou Le Maire em uma entrevista aos canais BFMTV e RMC, explicando que a denúncia será apresentada pela empresa. "Quando o Estado é acionista de referência de uma empresa, como no caso da Renault, na qual temos 15%, seu papel é assegurar que a governança funciona bem", completou o ministro. 

O conselho de administração da montadora anunciou na terça-feira ter identificado 11 milhões de euros de gastos suspeitos por parte de Ghosn, que incluem o superfaturamento de viagens de avião e doações a associações sem fins lucrativos. 

Mais de 100 dias preso 

Antes de ser liberado no dia 25 de abril, Ghosn passou 108 dias em detenção depois de ter sido preso pela primeira vez em novembro. Foi liberado sob fiança de 500 milhões de ienes, no início de março, mas foi enviado novamente à cadeia por novas alegações de que ele causou perdas à Nissan na casa de 5 milhões de dólares por desviar dinheiro de um fundo discricionário da empresa para uma empresa administrada por sua esposa. A quantia teria sido usada para comprar o "Schachou" (patrão em japonês), um iate luxuoso avaliado em 12 milhões de euros.

A última denúncia feita contra Ghosn indica que o executivo foi acusado de abuso de confiança com agravante relacionado ao desvio de fundos da Nissan. Ele é suspeito de transferir dinheiro da Nissan para um distribuidor de veículos da marca em Omã. De acordo com fontes próximas ao caso, o dinheiro foi transferido por meio de uma empresa no Líbano para o Shogun Investments LLC, um fundo nos Estados Unidos controlado por Anthony, seu filho.

O executivo, que já foi o todo poderoso presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, foi denunciado duas vezes por não declarar todos os rendimentos entre 2010 e 2018 nos documentos que a Nissan entregou às autoridades financeiras japonesas. Também foi denunciado por abuso de confiança e pela tentativa de fazer a Nissan compensar as perdas em seus investimentos pessoais durante a crise financeira de 2008.


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