Reunião entre Trump e Xi Jinping reacende tensão comercial no G20
Estados Unidos acusam a China de manipular sua moeda para tornar seus produtos mais competitivos
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Ao exigir que Pequim acabe com as práticas comerciais, Trump impôs tarifas que chegaram a 300 bilhões de dólares, incluindo 250 bilhões de dólares sobre produtos chineses, e afetaram as importações de aço e alumínio de outros países. E a China não demorou a reagir com medidas recíprocas, o que alimentou a "guerra comercial" que os analistas temem que possa atingir a economia mundial.
A próxima série de aumentos está prevista para 1º de janeiro, quando as tarifas dos Estados Unidos sobre as importações chinesas no valor de 200 bilhões de dólares podem subir de 10% a 25% se os dois gigantes não chegarem a um acordo.
Déficit em alta
Há anos, os Estados Unidos acusam a China de manipular sua moeda, o yuan, para tornar seus produtos mais competitivos. Com a chegada de Trump à Casa Branca e suas medidas protecionistas, bem como os embates travados em fóruns multilaterais, o governo americano passou da retórica à ação. Mas apesar das decisões de Washington, o déficit comercial com a China continua a aumentar, o que dá argumentos ao presidente para se posicionar de forma ainda mais dura.
Homenagem a Bush
No início do segundo dia da cúpula, a notícia da morte do ex-presidente americano George H. W. Bush, aos 94 anos, uniu os líderes do G20 em torno de sua figura. Trump elogiou sua "liderança inabalável" durante o fim da Guerra Fria e o presidente francês Emmanuel Macron destacou "seu apoio inabalável à aliança com a Europa". Ele também foi elogiado pela primeira-ministra britânica Theresa May, que se referiu ao ex-chefe de Estado americano como "um exemplo para todos nós".
Embora o G20 seja um fórum de discussão e não um órgão decisório, as divisões entre seus membros tornaram-se especialmente visíveis este ano. Trump suspendeu uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, depois de tensões entre a Rússia e a Ucrânia, resultantes da apreensão pelas forças russas das tripulações de três navios militares ucranianos na costa da Crimeia.
A reunião foi suspensa também em meio a polêmica nos Estados Unidos por novas revelações na investigação de uma suposta interferência da Rússia na campanha presidencial americana de 2016. O presidente dos EUA reiterou sua inocência.
No centro das atenções também está o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. A justiça argentina iniciou uma investigação - que dificilmente terá consequências - sobre este caso, a pedido de organizações de direitos humanos.
E embora na abertura da cúpula o presidente argentino Mauricio Macri tenha feito um apelo ao "diálogo", a verdade é que poucas decisões são esperadas neste G20 de improvável consenso, o primeiro a ser realizado em solo sul-americano em 10 anos de existência. Em um primeiro esboço consultado na segunda-feira pela AFP, um dos pontos mencionados é o aquecimento global, antes da conferência climática COP24, em 2 de dezembro, na Polônia.