Reuniões em nível ministerial marcam dia de Cúpula do Vale dos Vinhedos

Reuniões em nível ministerial marcam dia de Cúpula do Vale dos Vinhedos

Entorno do hotel conta com forte esquema de segurança em Bento Gonçalves

Henrique Massaro

Somente veículos autorizados circulam pelas imediações do hotel

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Esta quarta-feira, dia que antecede a chegada do presidente Jair Bolsonaro e outros representantes de países sul-americanos para a Cúpula do Vale dos Vinhedos, será marcada por reuniões em nível ministerial em Bento Gonçalves, na serra gaúcha. Ao longo do dia, ocorrem reuniões dos chanceleres dos Estados partes do Mercosul e do Conselho do Mercado Comum (CMC). Todas as atividades ocorrem no Hotel & Spa do Vinho e são privadas, com breves aberturas para registro de imagens. O único pronunciamento ocorrerá a noite, quando o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, dará declaração à imprensa

Em área afastada da cidade, o entorno do hotel que recebe as reuniões da Cúpula conta com forte esquema de segurança, com aproximadamente 2,5 mil agentes mobilizados para os dias de evento. Somente veículos autorizados circulam pelas imediações a todos os veículos de imprensa foram reunidos em uma estrutura montada na Vinícola Miolo, localizada a poucos metros de onde ocorrem as atividades. Apesar da presença de aparelhos de televisão disponibilizados, nenhuma parte da programação de quarta deve contar com transmissão. 

Depois que, na parte da manhã, estiveram reunidos ministros de Indústria, Comércio e Serviços, a primeira atividade da tarde desta quarta-feira está marcada para as 14h30min, com a reunião dos Chanceleres dos Estados Partes do Mercosul. Em seguida, às 15h, será iniciada a sessão do Conselho do Mercado Comum com os Estados partes e, às 17h30min, reúnem-se também os associados. À noite, após o pronunciamento de Ernesto Araújo, ainda ocorre um jantar em homenagem aos chefes de delegação do CMC e países associados, oferecido pelo ministro. Apesar das escassez de informações sobre as discussões que ocorrem, espera-se que assuntos como abertura comercial e redução da Tarifa Externa Comum do Mercosul sejam assuntos debatidos.

Depois de reuniões técnicas, que vêm ocorrendo desde a segunda-feira, todas as expectativas estão voltadas para o dia seguinte, quando ocorre, de fato, a 55ª Cúpula de Chefes de Estados do Mercosul e Estados Associados. Apesar de a presença de Bolsonaro ter sido aguardada no Rio Grande do Sul ainda para esta quarta-feira, o presidente deve sair de Brasília somente no início de quinta. Sua chegada em Bento Gonçalves está marcada para as 9h50min. Em seguida, devem chegar os outros chefes de delegação. Alberto Fernández e Luis Lacalle Pou, recentemente eleitos na Argentina e no Uruguai, respectivamente, não estarão no evento, que marcará o fim da participação da direita argentina - Mauricio Macri sai da presidência no próximo dia 10 – e da esquerda uruguaia - a vice-presidente Lucía Topolansky representará o presidente Tabaré Vásquez, em tratamento contra o câncer.

Por esse motivo, por exemplo, especialistas não esperam que as recentes críticas de Bolsonaro à eleição de Fernández, assim como a agenda liberal do governo brasileiro, que vai contra as ideologias do novo governo do país vizinho, representem algum princípio de atrito entre Brasil e Argentina neste encontro. Há dúvida, no entanto, do que Macri poderá decidir efetivamente poucos dias antes do fim de sua gestão. Da mesma forma, ficam questionamentos do que virá do lado uruguaio, que encerrará o ciclo de 15 anos de esquerda em março, alguns meses antes da próxima Cúpula do Mercosul.


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