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Reunião de Trump e Lula: entenda os principais tópicos abordados e próximos passos

Brasil espera especialmente resultados positivos envolvendo o tarifaço

Lula se reuniu com Trump neste domingo
Lula se reuniu com Trump neste domingo Foto : Ricardo Stuckert / PR / CP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram neste domingo, na Malásia. O encontro dos dois chefes de Estado era bastante aguardado, especialmente tendo em vista o contexto tenso da relação entre os países este ano.

Principais tópicos abordados e negociações daqui para a frente

Lula afirmou que teve uma "ótima reunião com Trump", em que discutiu "de forma franca e construtiva" a agenda comercial e econômica.

"Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra autoridades brasileiras", escreveu o brasileiro em publicação no X, acompanhada de uma foto dos dois. Esta foi primeira declaração pública de Lula desde o encontro.

O chanceler Mauro Vieira disse a jornalistas que Trump e Lula instruíram suas equipes a iniciar, ainda neste domingo, as negociações sobre as tarifas de 50% que os Estados Unidos impuseram às exportações brasileiras.

No encontro, Lula "renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação" entre os dois países, afirmou Vieira. "O presidente Trump declarou que dará instruções a sua equipe para que comece um processo, um período de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje ainda, porque é para tudo ser resolvido em pouco tempo", afirmou Mauro Vieira.

O chanceler indicou, ainda, que o presidente brasileiro pediu ao seu contraparte americano que suspendesse a aplicação da lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sua esposa e outros brasileiros.

Reações de apoiadores e oposição

A ministra das relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, escreveu em sua conta no X que a conversa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, destravou negociações sobre o tarifaço.

Para ela, o encontro abriu o diálogo sobre as sanções da Lei Magnitisky e sobre a preservação da paz na América do Sul. "Lula mostrou mais uma vez como deve agir um verdadeiro líder, defendendo os interesses do País e da região, sem abrir mão da soberania nacional e com a máxima dignidade pessoal. Momento para lembrar que, há apenas três meses, Bolsonaro, sua família e seus aliados, como Tarcísio Freitas, festejavam os ataques injustos ao nosso país e aos ministros do STF", escreveu, citando o governador de São Paulo.

Também no X, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que Lula mostrou, mais uma vez, "sua força e capacidade de diálogo". "Conversar com quem pensa diferente é essencial para construir pontes, aproximar nações e transformar divergências em oportunidades", completou.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apostaram em declarar que Lula se sentiu incomodado durante o encontro com Trump. Durante o início do encontro entre Lula e Trump, que foi aberto à imprensa, Trump responde à imprensa afirmando que "sempre gostou" de Bolsonaro e disse que o ex-presidente "passou por muita coisa". Lula aparece sorrindo com a resposta do líder americano. A situação jurídica do ex-capitão da reserva não foi discutida no encontro fechado entre os dois.

"Eu sempre gostei dele, fiquei muito mal com o que aconteceu com ele", respondeu o americano, sem dizer se desejava tratar do tema. "Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa", disse Trump.

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autoexilou para promover as sanções americanas contra o Brasil em troca do afrouxamento das punições contra o pai, foi o primeiro a usar as redes sociais para endossar que Lula teria se sentido incomodado com a citação ao ex-presidente.

"Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: Bolsonaro. Imagine o que foi tratado a portas fechadas?", disse Eduardo.

O deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado próximo ao presidente, também reagiu ao momento em que Trump fala sobre Bolsonaro e sugeriu um incômodo de Lula: "O corpo fala".

*Com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo