Secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis anuncia renúncia
Trump vinha tomando decisões próprias, em confronto com o estrategista do Pentágono
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Momentos antes de o Pentágono publicar a carta de Mattis, o presidente americano havia anunciado, pelo Twitter, que seu secretário de Defesa se aposentaria "com distinção, ao final de fevereiro". "Durante o mandato de Jim, foram obtidos avanços tremendos, especialmente com relação à compra de novos equipamentos de combate", destacou Trump.
"O general Mattis foi de grande ajuda para conseguir aliados e para que os outros países paguem sua parte nas obrigações militares. Um novo secretário da Defesa será nomeado logo. Agradeço muito a Jim por seu serviço!", acrescentou. A saída de Mattis não é uma surpresa total para os observadores de Washington. Sobretudo nos últimos tempos, Trump tem seguido seus próprios instintos, ignorando os conselhos do especialista.
A decisão de Trump de retirar os cerca de 2 mil soldados americanos da Síria foi uma reprimenda a Mattis, que havia advertido que uma saída antecipada do país seria um erro estratégico. Ambos já tinham se enfrentado em muitos temas, inclusive no acordo nuclear com o Irã, do qual Trump se retirou em maio, enquanto Mattis defendeu algumas partes deste pacto.
O chefe do Pentágono também era contra a criação de um nova ramificação separada do Exército americano, denominada Força Espacial, mas Trump a ordenou de qualquer forma. A maior mobilização ativada por Mattis até o momento foi na fronteira dos Estados Unidos com o México. Mas a missão perdeu a utilidade militar e foi tachada de truque político por seus críticos.
Congressistas, inclusive o senador republicano Lindsey Graham, manifestaram descontentamento com a decisão de Trump sobre Mattis e com a saída das forças da Síria. "Acabai de voltar do Afeganistão e posso dizer, sem hesitar, EI segue uma ameaça direta ao nosso país e iria se beneficiar dramaticamente da redução de tropas norte-americanas", escreveu o parlamentar no Twitter.