Segundo turno é provável em eleição presidencial histórica na Tunísia

Segundo turno é provável em eleição presidencial histórica na Tunísia

Pleito é a primeira disputa eleitoral após revolução de 2011

AFP

Segundo turno é provável em eleição presidencial histórica na Tunísia

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Depois do encerramento votação da primeira eleição presidencial na Tunísia depois da revolução de 2011, um segundo turno era considerado muito provável neste domingo. O partido Nidaa Tounès, que venceu as eleições legislativas de 26 de outubro, indicou que seu líder e candidato, Béji Ca¯d Essebsi, saiu vencedor. Mas considerou provável que haja um
segundo turno. 

"Béji Ca¯d Essebsi, segundo as primeiras estimativas, está em primeiro lugar na disputa e com uma boa vantagem", declarou à imprensa o porta-voz Mohsen Marzouk, afirmando que seu candidato "não está muito longe dos 50%". "É provável que haja um segundo turno",reconheceu.

Apesar da proibição da divulgação de pesquisas de boca de urna, a televisão estatal tunisiana anunciou uma primeira sondagem realizada pelo instituto 3C situando Essebsi (47,8%) muito à frente do atual presidente, Moncef Marzouki (26,9%). Há também pesquisas que mostram o líder do Nidaa Tounès com uma pequena vantagem (entre 42,7% e 47,8%) para Marzouki (entre 26,9% e 32,6%). 

A equipe de Marzouki se apressou em dizer que os principais concorrentes entre 27 candidatos estão empatados. "No pior dos casos, estamos empatados, e no melhor, estamos com entre dois e quatro pontos de vantagem", declarou o diretor de campanha de Marzouki, Adnène Mancer. "Disputaremos o segundo turno com grandes chances", acrescentou.

O atual presidente assumiu a chefia de Estado no fim de 2011, graças a um acordo de coalizão com os islamitas do Ennahda. Estes, que chegaram em segundo nas legislativas, decidiram não apoiar nenhum candidato. De acordo com o presidente do órgão eleitoral tunisiano (ISIE), Chafik Sarsar, a votação se desenvolveu em calma.

O ISIE tem até quarta-feira, 26 de novembro, para anunciar o resultado e a realização de um segundo turno no final de dezembro, caso ninguém consiga a maioria absoluta. A taxa de participação uma hora e meia antes do encerramento da votação era de 53,73%. Mais de 5 milhões de eleitores tinham sido convocados às urnas um mês depois da realização das eleições legislativas. O caráter democrático do processo político na Tunísia tem sido destacado pela comunidade internacional como uma exceção na região. Esse país é considerado o berço da chamada Primavera Árabe - a onda de contestação em nações do Oriente Médio e do Norte da África que derrubou históricos líderes autoritários - e o único a não ter mergulhado na repressão e no caos.

As autoridades locais destacaram o caráter histórico desta primeira eleição presidencial livre da Tunísia independente. Os presidentes anteriores, Habib Bourguiba e Zine el Abidine Ben Ali, recorreram a plebiscitos ou a fraudes para se reeleger com votações ultrapassando os 90%. "É um dia histórico, a primeira eleição presidencial na Tunísia com normas democráticas avançadas", comemorou durante a manhã o primeiro-ministro Mehdi Jomaa, um independente encarregado no início do ano de tirar a Tunísia de uma profunda crise política e de organizar a agenda eleitoral.

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