Sem controlar transmissão, reabrir escolas pode causar novos surtos, diz Opas

Sem controlar transmissão, reabrir escolas pode causar novos surtos, diz Opas

Organização afirma que situação no Brasil ''continua crítica''

AE

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Diretor-assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa afirmou nesta terça-feira (4), que a reabertura das escolas pode ser um fator de risco para novos surtos da Covid-19, em Estados ou regiões nos quais a doença não está ainda sob controle.

"É muito importante primeiro ter o controle da transmissão e, quando for o momento, reabrir com todo o protocolo para garantir a segurança de meninos e meninas e dos professores", disse ele, durante entrevista coletiva virtual da entidade. No processo de reabertura, ele citou a importância de medidas como o distanciamento físico e o acesso à lavagem de mãos para todos no ambiente escolar.

Situação no Brasil continua crítica , mas há esperança

Diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal afirmou que a situação da pandemia da Covid-19 no Brasil "continua a ser crítica". Durante entrevista coletiva virtual da entidade, ele disse que "ainda não se pode cantar vitória" na luta contra a doença no País e insistiu na necessidade de se continuar a implementar o "pacote de medidas não farmacêuticas" com eficácia comprovada, como o uso de máscaras, o distanciamento social, testes e isolamento dos casos e a higiene das mãos.

Espinal disse haver um "sinal que nos dá esperança": "Em 29 de julho, o Brasil reportava uns 70 mil casos diários e esse número baixou um pouco, nos últimos cinco ou seis dias". Ele mesmo ponderou, contudo, que se trata de um território vasto. "Apesar de que a testagem aumentou, há ainda áreas remotas e nas quais o vírus continua a fazer estragos, não devemos pensar que já estejamos achatando a curva" de novos casos, comentou. O diretor do departamento da OMS disse que continua a haver comunidades, "como o Distrito Federal, São Paulo, Bahia, reportando grandes quantidades de casos e de mortes" no País.

Por outro lado, ele citou durante a coletiva a Argentina como um "exemplo de boa prática em tomar medidas cedo" para conter a disseminação da doença, sendo um dos primeiros a impor "uma quarentena total" em março. De acordo com Espinal, a mortalidade da doença no país é baixa, similar a outras nações que adotaram medidas mais duras logo para conter a situação. Ele ainda citou o fato de que tem havido "uma mensagem única" à população por parte dos governantes argentinos, nesse combate ao vírus.

 


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