Senado aprova, por 52 a 23, MP para aumentar oferta de oxigênio medicinal

Senado aprova, por 52 a 23, MP para aumentar oferta de oxigênio medicinal

texto dispensa empresas produtoras localizadas em Zonas de Processamento de Exportação de terem cota mínima para exportações

AE

Senado votou pelo aumento da oferta de oxigênio

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O Senado aprovou, por 52 votos a 23, a Medida Provisória que visa aumentar a oferta de oxigênio medicinal para o mercado doméstico. O texto dispensa as empresas produtoras localizadas em Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) de terem cota mínima para exportações. Atualmente, elas devem auferir 80% de seu faturamento bruto anual com vendas no exterior.

Com a aprovação do texto original enviado pelo Executivo pelos senadores, a proposta terá que voltar à Câmara. O texto precisa ser votado até quinta-feira, 24, do contrário perderá validade.

A proposta foi editada em 19 de fevereiro numa tentativa de aumentar a produção de insumos para o combate à covid-19. Na exposição de motivos da MP, o governo afirma que o texto deve permitir o aumento da produção da White Martins Pecém Gases Industriais, empresa localizada na Zona de Processamento de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE).

A unidade atende à demanda da Companhia Siderúrgica do Pecém e também a unidades de saúde no Norte e Nordeste. De acordo com o governo, a MP não implica em aumento de despesa pública ou de subsídios, já que os produtos industrializados nas ZPEs pagam todos os impostos e contribuições quando são vendidos no mercado interno.

Polêmica

O tema provocou polêmica no Senado. Na Câmara, o relator, deputado Lucas Vergílio (Solidariedade-GO), acatou várias sugestões de mudanças e foi muito além da proposta original do governo, modificando o marco legal sobre essas áreas especiais. Ele ampliou a possibilidade de criação de novas ZPEs por decreto, a partir de proposta de Estados, municípios ou empresas, e permitiu a dispensa permanente de exportação de 80% da produção, desde que haja pagamento de impostos.

O relatório incluiu ainda a possibilidade de que as empresas autorizadas a se instalar em ZPE possam usufruir também dos incentivos fiscais administrados pela Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e uma emenda que permite a compra de máquinas e equipamentos para empresa autorizada a operar nas ZPEs sem pagamento de impostos.

Segundo o parecer do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), a partir de informações da Receita Federal, as mudanças poderiam gerar uma renúncia de R$ 1,189 bilhão em Imposto de Importação, PIS e Cofins em 2022, de R$ 2,576 bilhões em 2023 e de R$ 4,204 bilhões em 2024, segundo informações da Receita Federal.

Roberto Rocha manteve as alterações da Câmara e acolheu ajustes de redação, na tentativa de evitar que a MP tivesse que voltar à Câmara. Ele acatou ainda uma emenda que incluiu o setor de serviços entre os beneficiários do regime especial. Segundo ele, as mudanças pretendiam viabilizar a Zona de Exportação do Maranhão (Zema).


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