Silvio Berlusconi é destituído de cargo no Senado

Silvio Berlusconi é destituído de cargo no Senado

Ex-primeiro-ministro italiano foi condenado a um ano de prisão por fraude fiscal

AFP

Silvio Berlusconi é destituído de cargo no Senado

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O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi destituído nesta quarta-feira de seu cargo como senador, após sua condenação definitiva a um ano de prisão por fraude fiscal.

O presidente do Senado, Pietro Grasso, fez o anúncio da destituição do magnata da mídia após a rejeição pelos membros do Senado, em diversas rodadas de votação, de vários documentos apresentados por Berlusconi para tentar evitar a expulsão. "São, portanto, consideradas aprovadas as conclusões da Comissão Eleitoral defendendo a invalidação da eleição do senador Silvio Berlusconi", declarou Grasso.

"É um dia amargo, um dia de luto", declarou Berlusconi, com a mão sobre o coração, ao cumprimentar seus partidários em Roma, pouco antes da votação no Senado sobre a sua destituição. "Hoje, vejo em seus olhos que a emoção não é apenas minha, mas também a de vocês", acrescentou.

O resultado da votação não gerava dúvidas, já que a esquerda e o Movimento Cinco Estrelas do humorista Beppe Grillo anunciaram um voto conjunto. A princípio, a decisão não provocará consequências para o governo de coalizão de Enrico Letta, de centro-esquerda, que pode contar com a lealdade dos cinco ministros de direita, incluindo um ex-aliado de Berlusconi, Angelino Alfano, e outros 50 deputados reagrupados como Nova Centro-Direita.

Berlusconi e seus "falcões" passaram à oposição na terça-feira ao pedir um voto contra a lei de orçamentos, sobre a qual o governo havia apresentado uma "maxi emenda" com todas as modificações atribuídas pelo Senado ao projeto de lei. A moção de confiança foi vencida pelo governo durante a noite por 171 votos a 135.

A imprensa italiana enfatizava nesta quarta-feira a retirada do apoio, mais que o fim de 20 anos de domínio de "Il Cavaliere" na política do país. Alguns não parecem acreditar nele, como o jornal La Repubblica, que escreve: "A aposta de Silvio: voltarei ao palácio Chigi".

O Corriere della Sera critica Berlusconi por ter escolhido o lema "Depois de mim, o dilúvio", assim como o "berlusconianos" por terem optado, ao lado do movimento Cinco Estrelas, por uma "posição antissistema". Os partidários de Berlusconi anunciaram um protesto para esta quarta-feira em Roma, enquanto os opositores pretendem celebrar sua queda perto do Senado.

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