Sobe para 41 número de mortos em protesto contra abertura de embaixada dos EUA em Jerusalém
Jared Kushner, genro de Trump, responsabilizou os palestinos pelos choques
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O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um dos mais controvertidos anúncios do presidente Donald Trump, que ficou isolado na decisão de transferir a embaixada do país à cidade, também reivindicada como capital pelos palestinos. Em discurso na cerimônia de inauguração da representação diplomática, o genro de Trump, Jared Kushner, responsabilizou os palestinos pelos choques. "Como vimos nos protestos dos últimos dias e de hoje, os que provocam violência são parte do problema, não da solução", afirmou.
Kushner disse ainda que a abertura da embaixada será vista no futuro como o início do processo que supostamente levará a paz à região. Mas muitos analistas acreditam que a decisão inviabilizou de maneira definitiva qualquer negociação entre israelenses e palestinos que seja mediada pelo EUA. Marido de Ivanka Trump, Kushner foi escolhido pelo presidente dos EUA para comandar esse processo e deverá divulgar sua primeira proposta sobre o assunto nas próximas semanas.
"Jerusalém é a capital eterna e indivisível de Israel", declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que obteve uma importante vitória política no momento em que é investigado por suspeita de corrupção. "Nós estamos em Jerusalém e nós estamos aqui para ficar", afirmou.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como sua capital. Anexada por Israel em 1967, a região é considerada um território ocupado pela comunidade internacional. Netanyahu também elogiou os soldados israelenses e ressaltou que eles estavam defendendo as fronteiras do país enquanto ele falava - uma menção indireta aos protestos em Gaza. Horas antes da cerimônia, milhares de palestinos protestaram na divisão do território com Israel.
Impedidos de cruzar a barreira que separa os dois lados, eles colocaram fogo em pneus e lançaram pedras e bombas incendiárias na direção dos soldados, que responderam abrindo fogo contra os manifestantes. Os americanos sustentam que as fronteiras de Jerusalém ainda estão sujeitas a negociação no âmbito do processo de paz.
Os palestinos decidiram se retirar das conversas em dezembro, quando Trump anunciou a mudança da embaixada para Jerusalém. Com a decisão, o presidente dos EUA cumpriu uma de suas promessas de campanha, que agrada principalmente à sua base evangélica branca. O grupo votou em peso em Trump e vê no reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel o cumprimento de uma profecia bíblica.