Sobe para 41 número de mortos em protesto contra abertura de embaixada dos EUA em Jerusalém

Sobe para 41 número de mortos em protesto contra abertura de embaixada dos EUA em Jerusalém

Jared Kushner, genro de Trump, responsabilizou os palestinos pelos choques

AE

Sobe a 41 mortos em protesto contra abertura de embaixada dos EUA em Jerusalém

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Forças israelenses mataram pelo menos 41 palestinos e deixaram cerca de 1.700 feridos em Gaza, durante protestos contra a abertura da Embaixada dos EUA em Israel. Redes de TV americana dividiram suas telas com imagens da cerimônia e dos enfrentamentos, evidenciando o contraste da realidade vivida por israelenses e palestinos. O número de mortos é o maior desde o conflito de seis semanas entre os dois lados que provocou a morte de pelo menos 2.125 palestinos em 2014, a maioria dos quais civis. O outro lado registrou baixas de 66 soldados e cinco civis.

O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um dos mais controvertidos anúncios do presidente Donald Trump, que ficou isolado na decisão de transferir a embaixada do país à cidade, também reivindicada como capital pelos palestinos. Em discurso na cerimônia de inauguração da representação diplomática, o genro de Trump, Jared Kushner, responsabilizou os palestinos pelos choques. "Como vimos nos protestos dos últimos dias e de hoje, os que provocam violência são parte do problema, não da solução", afirmou.

Kushner disse ainda que a abertura da embaixada será vista no futuro como o início do processo que supostamente levará a paz à região. Mas muitos analistas acreditam que a decisão inviabilizou de maneira definitiva qualquer negociação entre israelenses e palestinos que seja mediada pelo EUA. Marido de Ivanka Trump, Kushner foi escolhido pelo presidente dos EUA para comandar esse processo e deverá divulgar sua primeira proposta sobre o assunto nas próximas semanas.

"Jerusalém é a capital eterna e indivisível de Israel", declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que obteve uma importante vitória política no momento em que é investigado por suspeita de corrupção. "Nós estamos em Jerusalém e nós estamos aqui para ficar", afirmou.

Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como sua capital. Anexada por Israel em 1967, a região é considerada um território ocupado pela comunidade internacional. Netanyahu também elogiou os soldados israelenses e ressaltou que eles estavam defendendo as fronteiras do país enquanto ele falava - uma menção indireta aos protestos em Gaza. Horas antes da cerimônia, milhares de palestinos protestaram na divisão do território com Israel.

Impedidos de cruzar a barreira que separa os dois lados, eles colocaram fogo em pneus e lançaram pedras e bombas incendiárias na direção dos soldados, que responderam abrindo fogo contra os manifestantes. Os americanos sustentam que as fronteiras de Jerusalém ainda estão sujeitas a negociação no âmbito do processo de paz.

Os palestinos decidiram se retirar das conversas em dezembro, quando Trump anunciou a mudança da embaixada para Jerusalém. Com a decisão, o presidente dos EUA cumpriu uma de suas promessas de campanha, que agrada principalmente à sua base evangélica branca. O grupo votou em peso em Trump e vê no reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel o cumprimento de uma profecia bíblica.

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