SP confirma três primeiros casos de Covid-19 por variante de Manaus

SP confirma três primeiros casos de Covid-19 por variante de Manaus

Variação vem sendo apontada como uma das razões para a explosão de casos da doença no Amazonas

AE

Variação pode estar também no Paraná

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A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou, nesta terça-feira, três casos importados de Covid-19 no Estado causados pela nova variante brasileira do coronavírus, identificada pela primeira vez no Amazonas e que vem sendo apontada como uma das razões para a explosão de casos da doença em Manaus.

Esses são os primeiros registros da variante fora do Amazonas. De acordo com a secretaria, a confirmação foi feita por meio de sequenciamento genético feito no Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, que é referência nacional e vinculado à pasta estadual.

"O vírus foi sequenciado a partir de amostras com resultados positivos de exames processados pelo Centro de Virologia de três pessoas que tiveram Covid-19 e passaram por atendimento em serviços da rede pública de saúde em São Paulo, com histórico de viagem ou residência em Manaus", disse a pasta, em nota.

Segundo estudos feitos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e Fiocruz Amazonas, a cepa teria surgido em Manaus em dezembro e vem se disseminando com rapidez na capital amazonense. A variante, chamada de P.1, tem mutações importantes na proteína spike, responsável por permitir a entrada do patógeno nas células humanas.

A P.1 é derivada de uma das variantes predominantes no País, a B.1.1.28. É provável que ela tenha maior poder de transmissão por causa da mutação N501Y, presente também nas variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul.

"Essas mutações poderiam estar associadas a um maior potencial de transmissão, apesar de ainda não haver comprovação científica de que esta variante seja mais virulenta ou transmissível em comparação a outras previamente identificadas.

Outra mutação que causa preocupação é a E484K, já associada em estudos a um potencial de escapar de anticorpos, o que pode favorecer reinfecções e até afetar a eficácia de vacinas. Novas pesquisas estão sendo feitas para determinar se a variante brasileira e as demais são mais contagiosas, letais ou se afetariam o desempenho dos imunizantes.

Os sequenciamentos realizados pelo Lutz foram depositados no banco de dados online e mundial Gisaid (Iniciativa Global de Compartilhamento de Todos os Dados sobre Influenza). De acordo com a secretaria, eles têm alta qualidade e confiabilidade, correspondendo a 99,9% do genoma do vírus.

Viajantes de Manaus podem ter levado variante ao Paraná

Nove moradores de Manaus que viajaram para Curitiba nos últimos 15 dias são suspeitos de serem portadores da variante do novo coronavírus. Um dos infectados - uma mulher que estava entubada em hospital particular - morreu no fim de semana em decorrência da Covid-19. Ainda não se sabe se ela tinha a variante do vírus.

De acordo com a Secretaria da Saúde do Paraná, os sintomas e as circunstâncias indicam a possibilidade de se tratar da variante já detectada na capital do Amazonas, mas a confirmação ainda depende de exames.

As amostras colhidas de todos os pacientes foram enviadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro para o sequenciamento genético que pode identificar a mutação do vírus. Os resultados não tinham saído até a manhã desta terça-feira.

Além da paciente que já faleceu, dois continuam internados. Os outros estão em isolamento social e sendo monitorados, mas os dois primeiros que apresentaram sintomas já cumpriram o período de quarentena.


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