Um juiz do Peru determinou nesta sexta-feira (3) que Tony Valverde, de 20 anos, permaneça na prisão enquanto aguarda o resultado de um pedido de extradição formalizado pela Argentina. Valverde, apelidado de "Pequeño J", é apontado como o suposto autor intelectual de um triplo feminicídio que chocou Buenos Aires e teria ligação direta com o narcotráfico.
Em uma audiência transmitida pelo canal do Poder Judiciário, o juiz Cristhian Chumpitaz ordenou nove meses de prisão preventiva com fins de extradição contra o peruano. "Existem elementos de convicção suficientes para a detenção, entre eles risco de fuga", ressaltou Chumpitaz, detalhando que o governo argentino deverá obter por via diplomática todos os documentos relacionados ao processo. Valverde, que acompanhou a audiência remotamente, foi ordenado a ser recluso em uma prisão na província de Cañete.
Crime chocante
O caso comoveu a Argentina, levando milhares de pessoas a se manifestarem no último fim de semana para exigir justiça. As vítimas são Morena Verdi e Brenda del Castillo, primas de 20 anos, e Lara Gutiérrez, de 15 anos.
A barbaridade do crime foi amplificada pelo fato de a sessão de tortura e os assassinatos das jovens terem sido transmitidos ao vivo via redes sociais para um grupo fechado de 45 pessoas. Autoridades argentinas acreditam que as mortes foram uma punição por um suposto roubo de drogas. Valverde é suspeito de chefiar um grupo de narcotraficantes no bairro Zavaleta, em Buenos Aires.
O advogado de Valverde, Marcos Sandoval, insiste na inocência do cliente, alegando que ele se dedicava a colher mirtilos e vender meias na Argentina.
Detenções no Peru e Argentina
Valverde foi preso no sul de Lima esta semana. No mesmo dia, um suposto cúmplice argentino, Matías Ozorio, de 28 anos, foi detido ao norte da capital peruana. Ozorio já foi deportado para seu país de origem.
Na Argentina, sete pessoas já foram presas por envolvimento com o caso, indicando uma ampla investigação sobre a rede criminosa ligada ao brutal assassinato.