Tribunal anula condenação de ex-preso australiano de Guantánamo
David Hicks foi condenado em 2007 por suposto apoio à Al-Qaeda
publicidade
Por unanimidade, os três juízes de apelação anularam sua condenação a sete anos de prisão, dos quais cumpriu apenas nove meses, em conformidade com um acordo com a promotoria. "O governo não tem intenção de apelar", declarou um porta-voz do Pentágono, Myles Caggins. "O senhor Hicks foi repatriado à Austrália em 2007, pouco depois de se declarar culpado", acrescentou.
"É um alívio, por fim tudo terminou", disse David Hicks a partir de Sydney. "Devido à política, fui submetido a cinco anos e meio de tortura psicológica e física com a qual precisarei viver sempre". Segundo o texto da corte, os juízes militares apoiaram sua decisão em outra pronunciada recentemente por um tribunal civil de apelações de Washington, que anulou a condenação de outro preso de Guantánamo ao estimar que "o apoio material ao terrorismo" não era considerado um crime de guerra, razão pela qual podia ser julgado por um tribunal militar.
Hicks foi detido em 2001 no Afeganistão, depois de ter recebido treinamento em um campo da Al-Qaeda e conhecido Osama Bin Laden. Passou cerca de cinco anos em Guantánamo, antes de ser condenado a sete anos de prisão. Cumpriu nove meses de sua sentença e foi repatriado em 2007. A condenação de Hicks em março de 2007 foi a primeira de oito no total entre mais de 800 detidos que passaram pela prisão de Guantánamo em mais de 13 anos.