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Trump diz que Israel perderia apoio dos EUA se anexasse a Cisjordânia

Parlamento israelense apresentou dois projetos de lei que abrem caminho para a anexação da Cisjordânia

Trump expressou otimismo quanto à expansão dos Acordos de Abraão
Trump expressou otimismo quanto à expansão dos Acordos de Abraão Foto : ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que Israel perderia o apoio crucial dos EUA caso anexe a Cisjordânia ocupada. A declaração foi feita em entrevista à revista Time, publicada nesta quinta-feira (23), e coincide com alertas de outras figuras-chave de sua administração.

"Isso não vai acontecer. Não vai acontecer porque eu dei a minha palavra aos países árabes. E eles não podem fazer isso agora. Tivemos grande apoio árabe", respondeu Trump à Time quando questionado sobre as consequências de tal ação. Ele foi enfático: "Israel perderia todo o apoio dos Estados Unidos se isso acontecesse".

Avisos internos

Os comentários de Trump, feitos por telefone em 15 de outubro, foram divulgados no momento em que o vice-presidente, JD Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, também se manifestavam publicamente contra qualquer anexação.

Apesar dos avisos, o Parlamento israelense apresentou dois projetos de lei que abrem caminho para a anexação da Cisjordânia. A apresentação ocorreu em meio à conclusão da visita de três dias de Vance e a chegada de Rubio, que faziam parte de um grupo de autoridades americanas de alto escalão enviado por Trump para reforçar o frágil cessar-fogo negociado em Gaza no início do mês.

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Acordos de Abraão

Trump expressou otimismo quanto à expansão dos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Israel e alguns Estados árabes. O presidente americano disse à Time que acreditava que a Arábia Saudita se juntaria aos acordos até o final do ano. "Eles tinham um problema com Gaza e um problema com o Irã. Agora eles não têm esses dois problemas", comentou sobre os sauditas.

Sobre a possível libertação do líder palestino Marwan Barghouti, condenado à prisão perpétua por Israel e cuja libertação foi exigida pelo Hamas como parte do acordo de Gaza, Trump afirmou que em breve "tomará uma decisão". Israel, até o momento, rejeitou essa possibilidade.