A visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Tóquio nesta terça-feira (28) marcou o início de uma prometida "nova era de ouro" na relação bilateral, conforme declarado pela nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi. Em um gesto de aproximação, Takaichi, a primeira mulher a governar o Japão, anunciou a intenção de indicar Trump ao Prêmio Nobel da Paz, segundo informações da Casa Branca.
A capital japonesa é a segunda escala da viagem de Trump pela Ásia, após a Malásia e antes da Coreia do Sul, onde o republicano se reunirá com o presidente da China, Xi Jinping, na quinta-feira (30) para discutir questões comerciais.
Acordos-chave: minerais críticos e gasto militar
O encontro entre os líderes resultou em importantes anúncios de cooperação:
Minerais Críticos e Terras Raras: Os dois países assinaram um acordo para "garantir" o fornecimento de minerais críticos e terras raras, essenciais para as indústrias de tecnologia e defesa. A medida é uma resposta direta às recentes restrições drásticas impostas pela China às exportações desses materiais, que levou Trump a ameaçar Pequim com tarifas de 100% sobre produtos chineses.
Aumento do Gasto Militar: Em resposta à exigência de Trump para que aliados aumentem os gastos de defesa, Takaichi anunciou que o Japão elevará seu orçamento de defesa para 2% do PIB, dois anos antes do previsto. O governo americano, que mantém quase 60.000 militares no Japão, deseja que Tóquio gaste ainda mais, com a meta de igualar os 5% prometidos pelos membros da Otan. Takaichi afirmou que o país está "comprometido a reforçar fundamentalmente sua capacidade de defesa".
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Troca de elogios
Em resposta aos elogios de Takaichi, o presidente republicano afirmou que Estados Unidos e Japão são "aliados do mais alto nível". "É uma grande honra estar com você, especialmente tão cedo no que será, acredito, um dos melhores mandatos de primeiro-ministro", disse Trump.
Para conquistar a simpatia do presidente americano, conhecido entusiasta do golfe, Takaichi o presenteou com um taco de golfe que pertenceu ao assassinado ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, amigo de Trump, além de uma bola de golfe banhada a ouro e uma bolsa de golfe assinada por um campeão japonês.
Comércio e outras negociações
Apesar de um acordo comercial ter sido alcançado em julho, alguns detalhes precisam ser finalizados. Washington já reduziu para 15% as tarifas sobre os automóveis japoneses, mas as montadoras buscam uma redução mais expressiva. Outro tema em debate é a aplicação dos 550 bilhões de dólares em investimentos japoneses previstos no acordo.
A viagem de Trump também incluiu uma reunião prévia com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia. Os dois abordaram as tarifas americanas de 50% impostas ao Brasil como retaliação pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula expressou que Brasil e Estados Unidos em breve alcançarão uma "solução definitiva" para a disputa.
A agenda asiática de Trump se encerra com a reunião de cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) na Coreia do Sul, onde o foco principal será tentar encerrar a guerra comercial com a China.