Trump põe em dúvida acordo com Reino Unido por reaproximação da União Europeia

Trump põe em dúvida acordo com Reino Unido por reaproximação da União Europeia

Presidente dos EUA afirmou ter "mostrado como fazer" a Theresa May, mas que não foi ouvido

AFP

Presidente dos EUA afirmou ter "mostrado como fazer" a Theresa May, mas que não foi ouvido

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Donald Trump afastou as esperanças da primeira-ministra britânica, Theresa May, de firmar um acordo de livre comércio entre Estados Unidos e Grã-Bretanha, ao criticar os vínculos econômicos que permanecerão com a União Europeia após o Brexit. "Se aprovarem um acordo como esse, estaríamos tratando com a UE no lugar de com o Reino Unido, e isso provavelmente pode matar o acordo", declarou o presidente norte-americano em entrevista ao jornal The Sun.

O governo britânico revelou nesta quinta-feira os detalhes de seu plano sobre a futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) após o Brexit, previsto para março de 2019. O projeto prevê o estabelecimento de uma nova "zona de livre comércio para bens" destinada a manter um comércio "sem atritos" com os 27 Estados membros da UE.

"Teria feito isto de maneira muito diferente. De fato disse à Theresa May como fazê-lo, mas ela não concordou, não me escutou. Tomou outro caminho", opinou Trump. "De fato diria que, provavelmente, foi pelo caminho contrário. Ela deve negociar da melhor forma que saiba, mas as coisas não vão bem."

May defendeu um acordo de livre comércio com os Estados Unidos após o Brexit nesta quinta-feira, no início de uma visita de quatro dias do presidente americano ao Reino Unido. No primeiro ato oficial, um jantar com empresários na mansão de Blenheim, perto de Oxford, onde nasceu Winston Churcill, em 1874, May fez um discurso com este pedido. "Do Maine ao Alaska, mais de 1 milhão de americanos trabalham para empresas britânicas. Agora que nos preparamos para deixar a União Europeia, temos a oportunidade sem precedentes de fazer mais".

Trump chegou ao aeroporto de Stansted vindo de Bruxelas, onde participou de uma cúpula da Otan, na qual voltou a criticar sua anfitriã pouco antes de ela apresentar o livro branco das futuras relações com a UE - que prevê a manutenção de laços comerciais estreitos. "Não sei se votaram nisso. As pessoas votaram para se separar (da União Europeia), por isso imagino que é isso o que farão, mas talvez tomem um caminho diferente", comentou Trump.

Este documento já provocou a renúncia de dois ministros no início da semana: o do Brexit, David Davis, e o de Relações Exteriores, Boris Johnson - amigo de Trump. A visita estará cercada de manifestações hostis. Embora esteja hospedado na Winfield House, a residência do embaixador dos Estados Unidos perto de Regent Park, no centro de Londres, seu programa evitará a capital britânica, onde os protestos se concentrarão.

Assim, os encontros com a primeira-ministra Theresa May e a rainha Elizabeth II serão na mansão de Chequers e no castelo de Windsor, respectivamente, ambos fora da capital. Trump e May darão uma entrevista coletiva na sexta-feira e, no domingo, o presidente americano viaja para Helsinque, onde se reúne com o presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

O governo britânico está ansioso para demonstrar que há vida além da União Europeia (UE) e que a famosa "relação especial" com os Estados Unidos poderia se traduzir em ambiciosos acordos comerciais, um desejo que coincide com a presença de um presidente americano protecionista na Casa Branca. "Quando deixarmos a União Europeia, começaremos a traçar uma nova direção para o Reino Unido no mundo, e nossas alianças mundiais serão mais fortes do que nunca", disse May sobre a viagem. "Não há aliança mais forte do que nossa relação especial com os Estados Unidos e não haverá aliança mais importante nos próximos anos", acrescentou.

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