Trump revela orçamento com ideais conservadores e foco na segurança

Trump revela orçamento com ideais conservadores e foco na segurança

Projeto prevê cortes em programas considerados “woke”, como políticas de fomento à diversidade, ajuda externa e combate às mudanças climáticas

AFP
Marco Rubio acusou ONGs de não prestar contas no exterior, sem apresentar provas

Marco Rubio acusou ONGs de não prestar contas no exterior, sem apresentar provas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira cortes nas ajudas internacionais contrárias aos seus ideais conservadores, em seu primeiro projeto de orçamento, do qual se salvam apenas os gastos com defesa e segurança na fronteira. O texto precisa ser submetido a um processo de aprovação parlamentar complexo. Ele inclui um aumento de 13% no orçamento de defesa e 65% no de segurança interna, para enfrentar o que Trump considera "uma invasão” de imigrantes. Mas pede cortes de 22% nos gastos públicos não militares.

Muitos dos cortes afetam programas considerados “woke”, termo pejorativo usado pelos conservadores para designar as políticas de fomento à diversidade ou correntes de pesquisa universitária sobre discriminação de gênero ou racial. O orçamento de Trump confirma o golpe na ajuda externa desferido por seu governo. Na rede social X, o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, publicou um link para o projeto orçamentário.

"Foi restaurada a liderança do bom senso. Por muito tempo, os americanos tiveram pouco ou nenhum retorno do seu investimento. O dinheiro de seus impostos foi enviado para ONGs que não prestam contas no exterior, com o objetivo de financiar programas que não atendem aos interesses da nossa nação. Isso acabou”, ressaltou Rubio.

O projeto de orçamento formaliza o fechamento da agência americana de desenvolvimento internacional USAID, cujos cortes drásticos que sofreu foram criticados em todo o mundo. A ajuda americana ao desenvolvimento "voltou-se para prioridades da extrema-esquerda”, denunciou o governo americano, em uma estratégia que anuncia, por exemplo, o fim dos subsídios às cidades com energia zero no México e dos programas de planejamento familiar em Afeganistão, Síria e África.

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Golpe nos imigrantes

Os imigrantes foram duramente afetados pelo orçamento. A Casa Branca prefere financiar "deportações em massa e deter o fluxo de benefícios ilimitados para os imigrantes ilegais”, que “têm preferência sobre os cidadãos americanos”, afirma.

O governo propõe eliminar uma série de iniciativas que investem na alfabetização de adultos e no apoio aos filhos de trabalhadores agrícolas imigrantes, muitos deles latinos. Também exclui o programa de recepção e assistência a imigrantes e refugiados.

A agência responsável pela pesquisa médica, NIH, terá seu orçamento reduzido de US$ 48 bilhões (R$ 271 bilhões) para US$ 27 bilhões (R$ 152 bilhões). O governo a acusa de promover "ideologias perigosas”, principalmente por financiar um estudo sobre a saúde mental dos adolescentes transgênero.

O Executivo também mira em programas sobre mudanças climáticas e energias renováveis, embora climatologistas de todo o mundo se baseiem nos dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica e da Nasa para estudar a evolução das mudanças climáticas. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, denunciou o projeto.

"Suas políticas são nada menos do que um ataque em larga escala aos americanos que trabalham duro. Enquanto destroi a saúde, ataca a educação e corta programas dos quais as famílias dependem, financia isenções fiscais para bilionários e grandes corporações.”

Uma versão mais completa do orçamento será submetida à aprovação do Congresso.


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