UE quer "compromisso claro" do Mercosul sobre desenvolvimento sustentável

UE quer "compromisso claro" do Mercosul sobre desenvolvimento sustentável

Vice-presidente da Comissão Europeia cobrou compromisso do Brasil e outros três países países em acordo paralisado

AFP

Vice-presidente da Comissão Europeia cobrou compromisso do Brasil e outros três países países em acordo paralisado

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A União Europeia (UE) espera "um compromisso claro" do Mercosul para garantir que respeitará a seção de "desenvolvimento sustentável" do acordo comercial concluído em junho de 2019, mas ainda não assinado, declarou nesta segunda-feira o vice-presidente da Comissão Europeia.

"Um certo número de Estados membros e partes interessadas destacam questões sobre desenvolvimento sustentável nos países do Mercosul [Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai], a adesão ao Acordo de Paris e o desmatamento, especialmente no Brasil", explicou Valdis Dombrovskis após um reunião com os ministros do Comércio da UE. "Devemos levar essas questões a sério e a Comissão Europeia busca um compromisso claro dos países do Mercosul", acrescentou.

O ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, cujo país ocupa atualmente a presidência rotativa da UE, indicou que havia desacordos sobre o assunto durante uma discussão informal entre os países membros na noite de domingo. Mas "estavam claramente dispostos a evitar qualquer divisão sobre o Mercosul e a discutir o que podemos fazer, preenchendo as lacunas, sem antecipar nem apressar as coisas", declarou.

Alcançado em 2019 após 20 anos de discussões, o acordo comercial da UE com os países do Mercosul está paralisado. Os parlamentos austríaco e holandês, que devem ratificá-lo como todos os parlamentos europeus, rejeitaram-no em sua forma atual, e a Bélgica, a Irlanda, o Luxemburgo e a França estão relutantes. Até a Alemanha, grande defensora do pacto, mudou recentemente de posição.

Isso se deve às suas consequências para os agricultores europeus, mas principalmente aos riscos que representa para o meio ambiente, em particular o desmatamento da Amazônia, favorecido pelo presidente Jair Bolsonaro.


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