Vaticano abre arquivos sobre ditadura argentina
Familiares de detidos e desaparecidos na guerra poderão consultar documentos
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A nota informa ainda que o processo foi feito "em conformidade com as decisões e as indicações do Santo Padre e representa o fim de um trabalho iniciado há anos pela Conferência Episcopal Argentina". O documento também ressalta que o trabalho "é um serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando com o diálogo aberto para a cultura do encontro".
De acordo com o arcebispo de Buenos Aires, cardeal Mario Aurelio Poli, são cerca de 3 mil cartas escritas entre os anos de 1976 e 1983 que foram conservadas pela conferência. "Trata-se, na maior parte, de cartas dos familiares, sendo algumas com respostas a solicitações, com as comunicações que se faziam ao governo manifestando preocupações
e pedindo pelas pessoas", disse Poli em entrevista em Buenos Aires.
Segundo o religioso, a etapa anunciada representa a conclusão dos trabalhos desenvolvido pelo Episcopado e "aprofundado em novembro de 2012, promovido então pelo cardeal Jorge Bergoglio". Depois que foi eleito papa, Francisco quis levar o trabalho adiante com a ajuda de outros organismos da Santa Sé. "A Igreja não teme os arquivos porque eles conservam uma verdade histórica. Um serviço à pátria", afirmou o cardeal Poli.