Venezuela liberta mais oito opositores, 44 no total

Venezuela liberta mais oito opositores, 44 no total

Na noite do último sábado, já haviam sido liberados outros 36 prisioneiros

AFP

Comissão da Verdade recomendou à Justiça e ao presidente Nicolás Maduro que libertasse no Natal mais de 80 opositores detidos

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A Venezuela libertou mais oito opositores, na madrugada desta segunda-feira, elevando a 44 o número de ativistas contrários ao governo soltos nas últimas 48 horas por recomendação da Assembleia Constituinte. "Já são 44 libertados entre os dias 23 e 25 de dezembro. É importante destacar que isto representa apenas 16% dos presos políticos. Não é uma quantidade importante", disse Alfredo Romero, diretor da ONG de direitos humanos Fórum Penal.

A Comissão da Verdade, criada pela Constituinte, recomendou no sábado à Justiça e ao presidente Nicolás Maduro que libertasse no Natal mais de 80 opositores detidos. "Ao governo interessa reduzir o número de presos políticos para reduzir o custo que representam. Mas ainda há 227 presos políticos, o número mais alto que em qualquer Natal", explicou Romero.

Na noite de sábado foi libertado o primeiro grupo. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) celebrou a libertação dos "presos políticos" e destacou que "jamais deveriam ter sido privados de sua liberdade", pois "trabalhar para reconstruir um país arruinado pelo regime não é um crime".

Os mais de 80 opositores que se beneficiaram das medidas alternativas de privação de liberdade participaram de protestos contra o presidente Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos em 2014 e outros 125 mortos este ano.

Entre os mais emblemáticos está o prefeito de Irribarren (Barquisimeto, estado de Lara), Alfredo Ramos, detido no final de julho e condenado a 15 meses de prisão, e vários policiais do município de Chacao (leste), reduto da oposição em Caracas.

Na madrugada desta segunda-feira, foram soltos oito jovens detidos durante as manifestações deste ano. A situação dos políticos detidos faz parte das negociações entre governo e oposição, na República Dominicana, para resolver a grave crise política e econômica que abala a Venezuela. "Não se pode utilizar os presos como moeda de negociação. Devemos exigir a libertação de todos", destacou Romero.

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