Venezuela se diz disposta a ter “boas relações” com EUA após vitória de Trump
Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino"

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O governo da Venezuela, que rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos durante o primeiro mandato de Donald Trump, declarou, nesta quarta-feira, 6, estar disposto a "estabelecer boas relações" com Washington na volta do bilionário à Casa Branca, em um comunicado divulgado pelo chanceler, Yván Gil.
"A Venezuela sempre está disposta a estabelecer boas relações com os governos americanos, enquadradas no espírito de diálogo, respeito e sensatez", informou Gil, que cumprimentou Trump por sua vitória nas eleições presidenciais americanas. O governo de Nicolás Maduro, de orientação esquerdista, "parabeniza o povo dos Estados Unidos da América pelas eleições presidenciais" e "o Presidente Eleito, Donald J. Trump, por sua vitória neste processo", acrescentou.
Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino", após a oposição boicotar as eleições presidenciais venezuelanas um ano antes, alegando que não havia condições para um pleito transparente.
Durante seu primeiro governo (2017-2021), Trump liderou uma ofensiva internacional para tentar afastar Maduro do poder e impôs sanções que incluíam um embargo ao petróleo venezuelano.As medidas foram flexibilizadas na administração de Joe Biden, que concedeu licenças para que multinacionais de energia operassem no país caribenho.Trump chegou a afirmar que "todas as opções", incluindo a militar, estavam sobre a mesa no caso da Venezuela.
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Agora, a vitória de Trump coincide com denúncias de fraude na reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031). A oposição reclama que o candidato Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após ser alvo de um mandado de prisão, teria vencido.
O comunicado do governo da Venezuela nesta quarta-feira não menciona diretamente as sanções impostas por Trump, mas faz um apelo ao "reconhecimento da soberania e autodeterminação dos povos".
"O povo da Venezuela compartilha laços históricos com o povo dos Estados Unidos, com o qual aspiramos seguir um caminho de paz e justiça social, onde não haja espaço para a guerra, a exclusão, a discriminação, e onde a cooperação e o respeito mútuo entre as nações sejam a bandeira das relações internacionais", afirma o documento.
A administração de Biden não reconheceu a reeleição de Maduro. Na segunda-feira, o presidente venezuelano havia dito que o vencedor das eleições nos Estados Unidos, fosse quem fosse, teria que "falar, dialogar e se entender" com seu governo.