Vice-presidente da Guatemala renúncia em meio a escândalo de corrupção

Vice-presidente da Guatemala renúncia em meio a escândalo de corrupção

Descobertas provocaram uma onda de indignação na sociedade

AFP

Na quarta-feira, a cúpula empresarial guatemalteca pressionou o governo sobre a renúncia de Baldetti

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A vice-presidente da Guatemala, Roxana Baldetti, renúnciou nesta sexta-feira, horário local, em meio ao escândalo de corrupção envolvendo seu ex-secretário particular Juan Carlos Monzón, informou o presidente Otto Pérez.

A renúncia de Baldetti ocorre dois dias após a Suprema Corte de Justiça pedir ao Congresso a análise da perda de imunidade da vice-presidente visando processá-la por sua responsabilidade no caso de corrupção, que envolve o fisco e o sistema aduaneiro do país.

"A renúncia, segundo os motivos manifestados pela vice-presidente, se inscreve em uma decisão pessoal com o único interesse de colaborar com as investigações e com o devido processo", declarou Pérez em entrevista coletiva. "Sua decisão é pessoal, pensada, difícil e valente", destacou Pérez ao anunciar a renúncia de Baldetti.

A Promotoria e a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) revelaram a existência de uma quadrilha dedicada a fraudar o fisco a partir do sistema aduaneiro e supostamente liderada por Monzón, agora foragido.

Fraude Aduaneira

A quadrilha, conhecida como "La línea", operava cobrando subornos de empresários para ignorar o pagamento de impostos em operações aduaneiras. Quando explodiu o escândalo, Baldetti se encontrava na Coreia do Sul em visita oficial na companhia de Monzón, desaparecido desde então.

Ao regressar à Guatemala, a vice-presidente garantiu que desconhecia as operações ilícitas de seu homem de confiança. Mas as revelações provocaram uma onda de indignação na sociedade guatemalteca, que exigiu a renúncia ou o afastamento da vice-presidente.

Na quarta-feira, a cúpula empresarial guatemalteca pressionou o governo sobre a renúncia de Baldetti, e nesta sexta a Promotoria e a Cicig pediram a saída da juíza encarregada do caso, que teria recebido suborno para decretar a liberdade provisória de três envolvidos.

O escândalo já provocou a prisão de Omar Franco, chefe da Superintendência de Administração Tributária (SAT), órgão arrecadador de impostos da Guatemala, e de seu antecessor, Carlos Muñoz, além de outros altos funcionários da entidade.

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