Após 14 dias de rebelião, controle de Alcaçuz é retomado pelo governo
Bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Norte foram hasteadas no presídio
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A operação batizada de Phoenix contou com a atuação de 78 homens da força-tarefa de intervenção penitenciária, do Ministério da Justiça, vindos do Rio, do Ceará, de São Paulo e do Distrito Federal. Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) potiguares integraram a ação, que terminou com a apreensão de uma arma de fogo, dezenas de armas brancas e 30 celulares.
De acordo com as informações repassadas pelo governo do Estado, 120 detentos que portavam material ilícito nessa quinta-feira foram encaminhados para autuação na delegacia móvel, instalada pela Polícia Civil na unidade. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) trabalha para identificar possíveis lideranças entre os apenados.
A atuação dos agentes foi focada nos pavilhões 4 e 5, que concentraram as brigas durante as duas semanas de rebelião. A briga teria começado no sábado retrasado, quando membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixaram o pavilhão 5 para assassinar rivais na estrutura vizinha; 26 morreram naquele dia.
Ao redor da unidade, já eram visíveis o depósito de materiais de construção, como vigas, para a construção de uma cerca do lado externo, além de outros reparos previstos pela administração estadual. No interior da unidade, já está em andamento a construção do muro que vai separar os pavilhões 1, 2 e 3 das unidades 4 e 5, que deve ficar pronto em até 20 dias.
O governo havia confirmado que durante o período do motim 56 detentos escaparam da unidade; outros 20 têm situação considerada indefinida, já que podem ter fugido ou deixado o presídio por meio de progressão de regime, sem que a administração tenha feito esse controle. Quatro foram recapturados.
Tensão
A maior penitenciária do Estado, que abrigava 1,1 mil detentos, viveu, desde o dia 14 de janeiro, momentos de tensão. Depois do motim, presos de diferentes pavilhões voltaram a brigar e o governo havia confirmado a ocorrência de novas mortes, apesar de não ter estimado a quantidade de vítimas. Feridos foram atendidos por serviços de urgência.
Batalhões de operações especiais da Polícia Militar chegaram a entrar no local, mas não permaneceram, devolvendo o controle aos detentos, que insistiam em trocar ameaças e subir no teto dos pavilhões. A situação só foi controlada com a chegada do auxílio federal.