Após declarações de "revelações divinas", Polícia Civil mantém investigação sobre morte de crianças

Após declarações de "revelações divinas", Polícia Civil mantém investigação sobre morte de crianças

Cúpula da Polícia Civil esteve reunida na tarde desta segunda-feira para avaliar o caso

Correio do Povo

Após declarações de "revelações divinas", Polícia Civil mantém investigação sobre morte de crianças

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A cúpula da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em reunião na tarde desta segunda-feira, decidiu manter, por hora, inalteradas as investigações sobre a morte de duas crianças encontradas esquartejadas. A reunião surgiu após o delegado Moacir Fermino, que coordena interinamente a Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), ambas de Novo Hamburgo, ter dito, em entrevista coletiva, que foi uma "revelação divina" que o levou até os suspeitos e a detalhes sobre o crime. Segundo Moacir, os irmãos foram mortos durante um ritual macabro.

Fábio Motta Lopes, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, disse que o delegado Moacir assumiu a investigação enquanto o delegado Rogério Baggio estava em férias. "Quando Rogério retornar, assumirá o caso", frisou. 

Sobre as declarações do delegado Moacir, Fábio disse que foi avaliado se a crença do policial atrapalhou ou não a investigação. "As informações obtidas por ele (Moacir) foram confirmadas". 

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“Foi uma revelação de dois profetas de Deus. Quando eu cheguei na delegacia, um deles me ligou, dizendo que tinha informações e que era para eu pegar um caderno para anotar. Foi uma revelação divina”, destacou o delegado. Fermino disse ainda que não podia revelar quem eram os profetas.

De acordo com o delegado, as crianças foram mortas no templo que fica no bairro Morungava, em Gravataí. Ele acredita ainda que durante o ritual, os participantes teriam tomado sangue das crianças - um menino, entre 8 e 10 anos, e uma menina, entre 10 e 12 – que ainda não foram identificados e as cabeças deles não foram localizadas. "Estão enterradas em Lomba Grande”, garantiu o delegado, explicando que as partes dos corpos precisam ser abandonadas em local próximo ao templo.

Ainda segundo Moacir Fermino, o sacrifício das duas crianças, ocorreu com os investigados ajoelhados em um círculo, cujo ambiente estava iluminado apenas por velas. “Os sete discípulos de Satanás formaram o número do ritual”, observou. Uma testemunha, que chegou a visualizar parte do ritual, relatou que viu a menina no chão, desfalecida ou morta, enquanto o menino estava amarrado em um cavalete. Um dos capuzes usados por uma das vítimas foi encontrado e recolhido nas diligências.

“O bruxo falava uma língua estranha que acreditamos que será aramaico”, destacou o delegado, acrescentando que o menino foi fortemente embriagado antes da morte. Já a menina teria tentado se defender antes de ser executada com facadas. “Ela esboçou uma reação de defesa. Os dois foram mortos poucos minutos depois um do outro”, revelou. “O bruxo e os envolvidos alegam que não se conhecem, mas temos provas”, garantiu.

A assessoria do delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, informou que o titular Rogério Baggio está retornando de férias e irá reassumir a investigação. Além de Wendt, Rosalino Seara, delegado regional e Fábio Motta Lopes, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana participaram do encontro.

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